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A mostrar mensagens de agosto, 2007

Paridade

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Diário de Notícias, 20070818 João Miranda investigador em biotecnologia A paridade, isto é, a ideia de que as profissões mais apetecíveis devem ter igual percentagem de homens e mulheres, é uma das utopias das democracias modernas. A paridade não é entendida apenas como um resultado expectável da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, mas, sobretudo como um objectivo a atingir através de medidas políticas. A paridade tem levado, um pouco por todo o mundo, à criação de quotas na política, nos cargos dirigentes das empresas e nas universidades, mas não nos serviços de recolha de lixo ou na construção civil. A paridade pressupõe que homens e mulheres têm, em média, as mesmas capacidades e as mesmas preferências. Mas a verdade é que as diferenças entre homens e mulheres são demasiado relevantes para serem ignoradas. Em média, as mulheres preferem trabalhar com pessoas, os homens com tecnologia, as mulheres são mais cautelosas, os homens gostam de corr

O discurso do futuro presidente dos EUA

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Diário de Notícias, 20070813 João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt No dia 7 de Janeiro de 2017, Jack Stevens tomou posse como Presidente dos Estados Unidos da América. O discurso que então fez ficou famoso: "Americanos. Sou a partir de hoje o vosso Presidente. Não sou o primeiro Presidente negro, mulher, muçulmano, judeu, austríaco. Sou apenas eu, sem nada de especial que me distinga. Para lá do vosso voto, na nossa gloriosa democracia. Nessa democracia anda já muito ocupada uma pequena indústria a tratar de mim. Investiga todos os detalhes da minha vida e, usando os métodos mais avançados da técnica, informará sobre os factos mais estranhos da minha pessoa, verdadeiros ou falsos. Ela acha que há algo de especial que me distingue. Sobre isso ficai desde já informados que eu admito tudo, confirmo tudo e não comento nada. Sobre a enorme quantidade de material que será publicado, emitido, noticiado e relatado sobre mim, assum

Aaron Jean-Marie Lustiger, o cardeal judeu

Público, 12.08.2007, Esther Mucznik Até ao fim, foi o incansável obreiro de uma relação mais fraterna entre judeus e cristão "Exaltado e santificado seja o Seu grande Nome, no mundo que Ele criou por Sua vontade..." Assim começa o kadish, oração judaica dos enlutados, que abriu na passada sexta-feira a cerimónia de homenagem ao Cardeal Jean-Marie Lustiger no adro da catedral de Notre-Dame de Paris. Judeu de nascimento e católico por opção, o Cardeal quis fazer da sua cerimónia fúnebre um acto simbólico da sua própria vida: por sua vontade expressa, Jonas Moses-Lustiger, neto do seu primo Arno Lustiger, leu em hebraico e em francês o salmo 113; em seguida, depositou no caixão um pouco de terra trazida de Jericó e de Jerusalém e levada ao Santo-Sepulcro e ao Muro das Lamentações, símbolos respectivos da cristandade e do judaísmo. Por sua vontade também, Arno Lustiger pronunciou o kadish junto ao caixão, acompanhado por rabinos e entidades judaicas. Parodoxal, este cerimonial ju

O nosso admirável Portugal novo

José Manuel Fernandes Público, 07.08.2007 Regulamentar o acesso às profissões. Criar uma caderneta individual de competências. Acrescentar os organismos públicos de fiscalização. Assim se constrói um Portugal "eficiente". Está tudo na resolução do último Conselho de Ministros Passou quase desapercebida a resolução do Conselho de Ministros de 2 de Agosto onde se anuncia legislação sobre o acesso e o exercício das profissões, tendo "em conta aspectos essenciais, partindo da identificação do interesse colectivo ou das razões inerentes à própria capacidade que fundamentam a restrição à liberdade de escolha da profissão". Na conferência de imprensa que se seguiu, o ministro Vieira da Silva deu, como exemplos das profissões a regular, a de jornalista e a piloto de linha aérea. Acontece, porém, que, na redacção daquela resolução, se procede a uma importante inversão da ordem dos factores, quando a comparamos com o texto constitucional. É que, enquanto este, no seu artigo 4

O FIM DA CONCORRÊNCIA LIVRE E NÃO DISTORCIDA

Diário de Notícias 20070806 João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp..pt No meio de dificuldades uma nova geração de políticos toma as rédeas da Europa. A sua primeira tarefa é majestosa: definir os princípios da União. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, teve já uma influência decisiva, ao retirar a concorrência dos princípios da Constituição Europeia. O n.º 3 do artigo 3.º do futuro Tratado dizia: "A União Europeia estabelece um mercado interno, onde a concorrência seja livre e não distorcida." Agora a frase termina na vírgula. A Europa descobre assim que está enganada há 50 anos. Sarkozy explicou as razões: "Isso vai talvez dar um pouco mais de humanidade à Europa. Porque enquanto ideologia, enquanto dogma, que deu a concorrência à Europa? Deu cada vez menos gente que vota nas eleições europeias, cada vez menos pessoas que acreditam na Europa. Havia talvez a necessidade de reflectir. Eu acredito na concorrência, acredito nos merca

Pensamento positivo

Público, 2007.08.01, Helena Matos Pensamentopositivo Publish at Scribd or explore others:
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