Sobre as recomendações da Comissão Pastoral da Saúde em relação à chamada Gripe A

Braga, 28 de Agosto de 2009

Já passou mais de um mês desde as ‘recomendações’ da Comissão Pastoral da Saúde em relação à chamada Gripe A. Mesmo assim, quero escrever alguns pensamentos.

Não é segredo que esta Gripe foi ‘inventada’ por interesses sujos. Mesmo assim, ela não é nada mais perigosa do que qualquer outra gripe sazonal. Isto qualquer médico pode afirmá-lo. Com qualquer gripe sazonal há muito mais doentes e morrem anualmente bastantes pessoas. O que é perigoso é todo o barulho que os média fazem para fazer acreditar que a gripe é perigosa. Dizem constantemente quantos novos casos aparecerem. Eu pergunto onde? Não dão nomes nem lugares. Em Braga ainda não ouvi de um único caso concreto. No Porto falou-se de 2 casos: um já curou, outro ficou internado. Se a situação é assim na 2ª e 3ª cidades de Portugal, onde estão estes outros quase dois mil casos? E só se contabiliza os novos casos, sem falar da maioria que já curou. Será isto informação objectiva e justa?

Os média é que querem gerar pânico; lamentavelmente a Comissão Pastoral da Saúde deixou-se levar por esta onda e numa altura - como falou bem o Cardeal - em que não havia ainda nenhuma necessidade. E ainda não há.

Mas a principal intenção desta carta é uma reacção contra afirmações erradas, quanto à comunhão na mão. Um artigo no Jornal de Notícias de 26 de Julho diz: «Feytor Pinto lembra que a comunhão na mão e o aceno de paz não são inovações: a primeira era prática no século IV e foi retomada pelo Concílio Vaticano II […] »

A isto deve-se dizer: são claras mentiras históricas! Ignorância?

1) Embora houve uma prática de comunhão ‘na mão’ no século IV, nunca foi como actualmente é praticada! Não foi retomada, foi alterada.

A primeira razão desta prática no século IV era que não havia hóstias como agora, eram pedaços de pão. Mas havia outras razões envolvidas como heresias, perseguições sangrentas etc.

Em segundo lugar havia uma proibição severa de tocar nas ‘coisas sagradas’.

Assim a prática da comunhão ‘na mão’ era não apenas, como se cita tantas vezes, de fazer com a mão esquerda um trono para a mão direita, mas a mão direita foi coberta por um pano sobre o qual era depositado o ‘pedaço’ de Pão Sagrado; em seguida este foi levado directamente para a boca, sem ser tocado pelos dedos da mão esquerda.

Portanto, o modo de comungar ‘na mão’ era bem diferente.

Também cala-se em todas as línguas sobre as razões que levaram a Igreja a abolir este costume. Era principalmente para evitar que se perdesse fragmentos que facilmente se desprendiam do ‘pedaço de Pão’. O cuidado de não perder fragmentos hoje em dia praticamente não existe mais. Não será mais preciso??? Já Papa João Paulo II lamentou muito as muitas profanações que estão acontecendo, bem facilitadas pela comunhão na mão.

2) Segundo erro crasso é de afirmar que a comunhão na boca foi retomada pelo Concílio Vaticano II. Eu convido o senhor a indicar-me um único lugar onde o Concílio fala na comunhão na mão. Não há! Nem na reforma litúrgica, que foi pós-conciliar, encontrará indicação alguma. Basta ler o documento da promulgação do novo rito, que se encontra no início do missal. A dita ‘licença’ apareceu só em 1969. E foi como que arrancada do Papa Paulo VI, e era dada como licença ‘extraordinária’ para estes lugares onde ela fora introduzida sem licença alguma, e com alertas fortes para ter o máximo cuidado para evitar qualquer profanação de fragmentos (cf. Instrução «Memoriale Domini»). Será bom ler este documento todo e meditá-lo.

É lamentável que tais afirmações são simplesmente divulgados, para engano de muitas pessoas.

O pior é - como facilmente era previsível! - que as chamadas ‘recomendações’ da Comissão Pastoral da Saúde por não poucos párocos foram aproveitadas como pretextos muito bem-vindos para, contra todo o direito, proibir a comunhão na boca, e às vezes com tolerância zero. Obrigam a comungar na mão sem qualquer preparação ou explicação como fazê-lo ‘dignamente’ para evitar profanações. Uma pura violação brutal da liberdade, do sentir religioso e da consciência de muitos fiéis!!! Isto é matar a fé de tantos. Que o Senhor tenha piedade de tais ‘pastores’.

E, por fim, em nenhuma recomendação, também de bispos, encontrei alguma exortação à oração! Não seria de esperar tal conselho de instâncias eclesiásticas?

Que Santo Agostinho ilumine as mentes.

Pe. Francisco de Deken ORC

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