Visita de Bento XVI a Portugal

No próximo dia 11 de Maio, chegará a Lisboa o Papa Bento XVI. É a sua primeira viagem a Portugal depois de, em Abril de 2005, ter sido eleito sucessor do inesquecível Papa João Paulo II, que em três ocasiões visitou o nosso país: 1982, 1991 e 2000. Qual é o motivo desta viagem que durará quatro dias e que terá tantos eventos abertos a todos os portugueses? É evidente que não posso – nem pretendo – responder pelo Papa.

No entanto, não é difícil constatar que estas viagens possuem sempre uns objectivos primordiais: confirmar-nos na fé, renovar-nos a esperança, recordar-nos o infinito amor que Deus tem por cada um de nós. Os três objectivos – basta olhar com calma à nossa volta – são profundamente actuais. Quantos portugueses desanimados encontramos diariamente! Quanta falta de esperança! Quanta falta de alegria – uma alegria genuína – em tantos corações! Como se atrofia – infelizmente – o espírito de tantos, imerso num materialismo sufocante!

Para todos nós – de um modo especial para aqueles que somos católicos – esta viagem do Papa é um enorme presente de Deus. Se ele nos vem visitar, a primeira atitude da nossa parte deve ser muito concreta: recebê-lo bem. Fazer um esforço real por estar pessoalmente com ele. Agradecer-lhe – com a nossa presença – a sua vinda a este nosso país que tanto amamos, e que tão bem soube receber no passado outros sucessores de São Pedro: Paulo VI e João Paulo II.

Mas não será mais fácil ficar tranquilamente em casa e acompanhar comodamente a visita pela televisão? Mais fácil é. Em relação a isso, ninguém tem dúvidas. No entanto, nem sempre aquilo que é mais fácil é o que mais nos convém. É perniciosa esta tendência que temos para nos isolarmos atrás da televisão, da internet e dos múltiplos aparelhos electrónicos! É mais fácil. Ninguém nos aborrece e ninguém nos incomoda. No entanto, estamos a fomentar um individualismo que, depois, tanto gostamos de lamentar. Quantas pessoas dirão mais tarde: “Eu devia ter estado lá. Teria sido outra coisa. Que pena!”.

É evidente que haverá pessoas que por motivos sérios (doença, idade avançada, compromissos inadiáveis) estão impossibilitadas de se deslocarem. Essas pessoas também estarão – de um modo diferente – presentes nos encontros com o Papa. Podem oferecer a Deus esse desgosto de não estarem pessoalmente com Bento XVI. Pelo contrário, para todos aqueles que possamos deslocar-nos, estar ao vivo com o Papa será algo muito diferente. Que o digam os inúmeros jovens que têm participado nas Jornadas Mundiais da Juventude por este mundo fora.

Certa vez, ouvi um jovem resumir assim a oportunidade que tivera de estar pessoalmente com o Vigário de Cristo na Terra: “Estar com o Papa, mesmo cercado de milhares de pessoas, foi algo único e inesquecível na minha vida. Aproximou-me de Deus. Mudou radicalmente o meu modo de encarar o futuro. Encheu-me de alegria e de esperança. Uma alegria e uma esperança que este mundo – e tudo o que é passageiro – nunca me conseguiram dar”.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

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