A magia do Natal

DESTAK | 21 | 12 | 2010   20.06H
José Luís Seixas
Ea loucura desceu à cidade. Lisboa foi invadida por uma horda de bárbaros que disputam palmo a palmo o espaço público num incontrolável frenesim.
As compras, a avidez do consumo, esta espécie de delírio colectivo transforma as pessoas em autênticos predadores da selva urbana. A solidariedade, a compaixão, a espiritualidade são valores suplantados por esta estranha forma de celebrar o Natal. A histeria persiste, mesmo em tempos de crise severa. Vivemos um Natal sem Presépio.
Um Natal profano, cuja mensagem deixou de ecoar no coração dos homens. A comemoração do nascimento do Filho de Deus não releva porque não cremos. Fechamo-nos no casulo dos nossos pequenos mundos, centrados na visão estreita do nosso umbigo, fazendo do presente o único momento que importa, buscando uma felicidade só nossa, impartilhável, que reivindicamos como direito.
Por isso, enjeitamos a possibilidade que o Natal nos oferece de renascermos melhores, mais atentos ao próximo, mais disponíveis e mais tolerantes. Aqui residirá, porventura, a razão profunda da crise que nos atormenta. A matéria sobrepôs-se ao espírito; a ganância e o egoísmo à caridade e à compaixão.
No que me concerne, as minhas prendas serão simples, baratas e autênticas. Resumir-se-ão a um caloroso abraço a todos os que amo. Olhando para o Menino Deus feito homem que numa manjedoura abre os braços e sorri ao Mundo. Esta é a magia do meu Natal. A todos um Santo e Feliz Natal.

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