WikiLeaks

DESTAK |15 | 12 | 2010   19.19H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
Asociedade livre tem o grande problema de dar liberdade aos que a querem destruir. Assim até os inimigos da liberdade gostam dela. O site WikiLeaks, que na sua missão fundadora pretendia «expor regimes opressivos na Ásia, no antigo bloco soviético, África subsahariana e Médio Oriente [...] e revelar comportamentos não éticos em governos e empresas», decidiu que isso não dava notoriedade e, após 29 de Novembro, vem publicando indiscriminadamente 250 mil e-mails internos da diplomacia americana, criando inúmeros incidentes pelo mundo.
Entretanto o ex-futebolista Eric Cantona chefia a campanha Bankrun 2010, pretendendo que fosse retirado todo o dinheiro dos bancos pelos depositantes até 7 de Dezembro. Se estes actos e movimentações fossem da responsabilidade de iranianos ou norte-coreanos, terroristas ou nazis, compreender-se-ia a lógica. Vindo de figuras mediáticas ocidentais com meios inovadores e sofisticados, não se altera o seu objecto e propósito: trata-se de sabotagem, subversão, agravado por traição à pátria. A sociedade livre tem o defeito de criar expectativas sempre superiores às possibilidades. Por isso muitos dos que sofreriam horrores nas alternativas, gostam de desprezar o que têm em nome da desilusão do que lhes foi prometido. Esses revoltam-se contra a sociedade livre e usam a liberdade para a destruir. Se conseguissem os intentos lamentariam amargamente o sucesso.
O que é preciso dizer ao australiano Julian Assange e ao francês Eric Cantona é só que eles estão a tentar serrar o ramo onde se sentam.

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