Brasil

DESTAK | 12 | 01 | 2011   21.39H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
O Brasil vive um momento histórico: terminou o mandato de um dos seus maiores presidentes. É verdade que o país tem terríveis problemas e o consulado de Lula foi afectado por corrupção e outros males.
Apesar disso, conseguiu manter o equilíbrio e um dinamismo apreciável e obteve ganhos essenciais na luta contra a pobreza. O Brasil está hoje melhor do que em 2003. Este facto tem ainda mais significado por estes anos se seguirem ao mandato de Fernando Henrique Cardoso, o outro grande presidente brasileiro.
Após décadas de desgoverno, incompetência e oscilação entre caos revolucionário e ditadura militar, desde 1995 que as autoridades seguem uma linha de alguma responsabilidade, equilíbrio e seriedade. Pelo menos em comparação com a orientação de vizinhos e antecessores.
Isto é ainda mais importante porque, vindo ambos de ideologias consideradas opostas e antagónicas, mostra um consenso precioso para se enfrentar os terríveis obstáculos futuros. Acima de tudo Lula, com impecáveis pergaminhos de esquerda, mostrou ser possível seguir essa via sem abandonar a sanidade financeira e o progresso económico.
Isto criou na América Latina uma preciosa alternativa democrática e progressiva à antiga tradição esquerdista, autoritária e ruinosa, agora personificada por Hugo Chávez. A comparação entre os últimos oito anos do Brasil e os 12 da Venezuela dizem tudo.
Em toda esta história, o elemento mais insólito é que José Sócrates tenha escolhido para amigo estratégico o lado errado do futuro latino-americano.

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