Verdade e consequência

Pedro Leal
RR on-line 06-06-2011 01:19

Ao menos por respeito aos milhares que estão desempregados e vivem na pobreza é obrigatório que a verdade subsista nas contas públicas, no discurso político e na actuação de cada um. Caso contrário estas eleições não terão servido de nada.
No final da noite eleitoral alguns apontamentos. 
A verdade dos números, neste caso dos números das contas públicas, podia ter evitado estas eleições. O PS foi hoje castigado pela sua prática política. Só não aconteceu em 2009 porque a verdade andava escondida.
Enquanto o Governo mentia ao país, o PSD andava entretido a mudar de líder dia sim, dia não. E a verdade é que até há poucos dias alguns no PSD ainda suspiravam por outro líder que não Pedro Passos Coelho. Esperavam que, de terras do Norte, um Rio desaguasse na S. Caetano à Lapa. Não desaguou. O calculismo nem sempre beneficia os que se acham merecedores de grandes desígnios. Perante os resultados, vamos ver como alguns mudam de anseios rapidamente.
Agora é o PS que vai ter de encontrar novo líder. Perante a evidência não actuou. Perante a derrota tem duas soluções: elege um líder forte ou um líder de transição. Esperemos que também aqui o calculismo não conduza os socialistas para a segunda opção. 
O Bloco desmoronou-se. A arrogância pode no início chamar votos mas mais cedo ou mais tarde fica órfã de razão. 
A abstenção surpreende mais uma vez e parece revelar que aumentou à esquerda. Perante a subida da CDU, significa isto que muitos socialistas e bloquistas estão agora órfãos e são um eleitorado a não desperdiçar. 
Mandam as regras que tem agora a palavra sua Ex. o Sr. Presidente da República. Esperemos que desta vez mais atento, com menos secretas na cabeça, e mais actuante com a sua “magistratura de influência”.
Como pano de fundo vamos ser embalados pela música da troika, em forma de memorando de entendimento para que, no final, nos entendamos todos sobre o caminho que temos que seguir. 
Ao menos por respeito aos milhares que estão desempregados e vivem na pobreza é obrigatório que a verdade subsista nas contas públicas, no discurso político e na actuação de cada um. Caso contrário estas eleições não terão servido de nada.

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