Filosofia

DESTAK | 20 | 10 | 2011   10.47H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt
Na quinta-feira passada a declaração do Primeiro-ministro sobre o Orçamento foi um grande choque. Quando acabou parece que o país ficou suspenso alguns segundos, sem saber o que dizer. Logo a seguir recuperou o fôlego e as palavras jorraram. «Estado de emergência social», «choque brutal», «austeridade a sério» foram expressões sucessivamente repetidas.
No sábado o silêncio de quinta-feira explodiu em indignação em várias cidades, aliás seguindo o exemplo de outros países, com tumultos que diziam representar a democracia. As palavras de ordem foram muitas e os espíritos andaram exaltados. Faltou a única coisa que faria sentido aqui: uma alternativa.
Ouviram-se acusações, indignação e insultos, culpados e análises. Muitos explicaram teorias e apontaram os terríveis inconvenientes das medidas na nossa vida: estagnação económica, desemprego, falências, vasto drama social. Todos têm razão. O problema é que ninguém, da oposição aos oradores improvisados e analistas de café, apresentou com credibilidade mínima aquilo que se deveria fazer em vez da austeridade.
Todos vivemos por cá nos últimos anos e seguimos a loucura que nos trouxe a este estado. Sabemos porque razão os cortes, apertos e privações nos acompanharão no futuro previsível. Quando o sistema anda mal, não vale a pena gastar esforços a protestar. Temos é de imaginar soluções para sair da dificuldade, cada um pelo seu lado. Em vez de perder tempo a procurar culpados, é preciso enfrentar os problemas com filosofia. Aquela filosofia que José Sócrates anda estudar em Paris.

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