A troca

DESTAK | 14 | 12 | 2011   20.42H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt
No início de 2012 o Parlamento, apoiado pelo Presidente da República, tomou uma decisão insólita: indigitar para formar Governo o líder da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, colocando como Vice Primeiro Ministro o dirigente da UGT, João Proença. Entretanto Pedro Passos Coelho e Paulo Portas eram nomeados secretários-gerais das duas centrais sindicais.
Carvalho da Silva começou por denunciar essa proposta como um golpe do capital para o denegrir mas, pressionado pelos camaradas, viu-se obrigado a aceitar. Logo que entrou em funções começou a desmantelar a «política de empobrecimento» de que acusava o antecessor, eliminando os cortes de salários, melhorando as regalias dos trabalhadores e promovendo o investimento público.
As consequências não se fizeram esperar. A troika rompeu as negociações e os mercados internacionais fecharam-se. Os bancos ameaçavam falência e era cada vez mais provável a renegociação da dívida e a saída do euro, que aliás o Primeiro-ministro apoiava. A fuga de capitais e a emigração dispararam e a economia caiu na maior recessão da sua história. As coisas só se começaram a recompor quando o ministro das Finanças, Francisco Louçã, fez um discurso que ficou célebre, afirmando que a austeridade era democrática e a revolução exigia sacrifícios aos trabalhadores.
Então o Governo decretou o despedimento de 300 mil funcionários públicos e o corte geral de 40% todos os salários. Essas medidas foram denunciadas violentamente pelos líderes sindicais, Passos Coelho e Portas, como «política de empobrecimento».

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