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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Tempo e prioridades

Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio de maionese e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que "sim". O professor então pegou numa caixa de fósforos e esvazio-a dentro do frasco de maionese. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que "sim". Logo, o professor pegou uma caixa de areia e vazou-a dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um "sim" retumbante. O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos ter

Uma sociedade desumanizada

RR on-line 31-01-2012 Francisco Sarsfield Cabral Numa sociedade cada vez mais envelhecida e onde enfraquecem os laços tradicionais de família e de vizinhança, o individualismo está a ceifar vidas. Na semana passada, duas idosas foram encontradas mortas no seu apartamento em Lisboa. Ao contrário de muitas outras pessoas de idade avançada, estas senhoras não viviam em andares altos de prédios antigos onde não existem mais habitantes. O prédio era habitado por várias famílias. Apesar disso, ninguém se dera conta da tragédia. O que mostra até que ponto é grande o isolamento de velhos doentes que não têm família, nem amigos que os visitem e apoiem. Só em Lisboa, no ano passado foram encontradas 79 pessoas mortas nos seus apartamentos. Depois do caso que referi, foram encontrados mais idosos mortos em casa. E este drama macabro não acontece apenas nas grandes cidades. O bispo de Bragança, D. José Cordeiro, mostrou-se “incrédulo e preocupado” com o abandono dos idosos na sua diocese. N

Janeiro 2012

Terminou o primeiro mês de 2012. Vou tentar fazer uma síntese das vagas de notícias que dominaram o mês e de que o Povo falou. Quando chegarmos ao fim do ano e se isto correr bem teremos o ano numa penada… O ano começou com a Mensagem do Papa para o dia mundial da Paz sobre a Educação dos jovens para a Justiça e para a Paz. Se ainda não leu e estudou, não deixe de o fazer. Essencial como construção de esperança no futuro. Logo nos primeiros dias de Janeiro conheceu-se o caso da relocação da empresa mãe do Pingo Doce para a Holanda . A história é mais complexa do que pareceu à primeira vista Veio a seguir o caso que revelou a pertença (não desmentida) de muitos dos nossos políticos à maçonaria . O Povo fez uma pequena pesquisa e coleccionou esta informação para o dossier Maçonaria . Para além dos tags que catalogam cada mensagem e que podem ser consultados na margem direita do blog, alguns assuntos merecem ser arrumados por temas para posterior consulta fácil. Para já o

Barrigas de aluguer

Maio 2016 Abril 2014 Adiada votação do projecto sobre barrigas de aluguer Barrigas de aluguer, não! Jurista diz que “barrigas de aluguer” vão contra interesse da criança Abril 2012 2012-04-26 Gravide z João César das Neves Janeiro 2012 Os filhos da mentira  Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Barrigas de aluguer na Assembleia da República  José Ribeiro e Castro Votação na Assembleia da República sobre a lei das barrigas de aluguer Ser humano, quem és? Sofia Guedes Dois caminhos Aura Miguel Quando a pessoa é degradada a objecto de troca ou de aluguer Pe. Jacinto Farias Dentro ou fora do útero um bebé não se dá, aluga ou vende Eduardo S á Onde está você agora? Fátima Pinheiro Barrigas de aluguer: Chove no meu coração Catarina Nicolau Campos Barrigas de aluguer: ajuda ou coacção Miguel Alvim Carta-tipo a enviar aos deputados sobre a lei das barrigas de aluguer Maternidade para substitição Daniel Serrão Barrigas de aluguer Pedro Aguiar Pinto Barriga de a

O teste definitivo

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2012-01-30 Os temas da família são os que mais dividem o nosso tempo. Numa época que aceita pacificamente a liberdade, mercado e democracia, antes tão controversos, é nas questões do casamento, nascimento e morte que se travam os combates culturais. Mas aí existe um teste decisivo. Portugal anda há muito a reboque das posições extremistas do Bloco de Esquerda. Em poucos anos a legislação saltou de uma atitude equilibrada no quadro mundial para soluções radicais na ponta do espectro. Até há meses a explicação podia ser a vacuidade de valores e oportunismo táctico do Governo Sócrates, cuja irresponsabilidade aliás foi geral. Mas esta explicação conveniente e simplista deve ser abandonada. Vigora um governo diferente e a situação, não só não melhorou, mas agravou-se. O edifício legal antifamília, abusivamente construído pela maioria socialista, mantém-se intocado sem perspectivas de revisão. Pior, permanece toda a prática administrativa e financeira que apr

Sinais dos tempos

Estamos quase no fim do primeiro mês do ano que foi anunciado como o ano difícil. Se não fossem histórias como esta que podia ter acontecido a qualquer um de nós, facilmente nos iríamos iludindo de que estava tudo bem. O flagelo do desemprego é a coisa com mais graves consequências quer colectivas quer pessoais, porque destrói a pessoa e o seu amor próprio. Em Espanha, por onde acabei de passar , o desemprego atinge 22,5% da população activa. Um número impressionante. Porém, para quem passa, ou para quem vive longe de circunstâncias dessas, é como se nada se passasse. Em três compactos artigos, Vasco Pulido Valente, historiador, descreve a sequência de eventos que inevitavelmente nos conduziram ao ponto onde estamos. Um análise com a qual não é obrigatório concordar, mas da qual muitos apreciarão a competência. É possível empurrar as coisas para que fiquem melhores. Dois exemplos: - Pacheco Pereira faz perguntas pertinentes que , de outro modo cairiam no esquecimento e -

Este país gasta muito dinheiro mal gasto

Público, 2012-01-29 Luís Francisco São dois Ruis e uma Bárbara, todos na casa dos 30 anos e a viver em Lisboa. Recusam a lógica do não se meter e dizer mal "deles" nas conversas de café. Criaram um blogue para denunciar os gastos despropositados da administração pública. Estão cheios de trabalho. Estes três juntos podiam constituir um daqueles painéis de comentadores políticos em que as nossas televisões e a blogosfera são férteis. Dois homens e uma mulher, três áreas diferentes de especialização, mas complementares para analisar a temática que se propuseram abordar. Segundo as suas próprias palavras, cada um votou num partido diferente nas últimas eleições. Mas Bárbara Rosa, Rui Abreu e Rui Oliveira Marques não são um painel. Aliás, eles abominam tal coisa. O que eles fazem não é opinar. Eles investigam e denunciam. Há nove meses, criaram um blogue para expor casos de gastos desnecessários ou escandalosos na administração pública. Chamaram-lhe Má Despesa Pública . P

Sinais dos tempos

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José Ribeiro e Castro Avenida da Liberdade http://avenida-liberdade.blogspot.com/ 29-Jan-12 Há bocado, estacionando o carro no Campo Grande, abeirou-se de mim uma pessoa a pedir. Acontece muitas vezes. Às vezes, ligo; outras vezes, nem por isso. Hoje, prendeu-me a atenção.  Pedia-me ajuda, que tinha fome. Pedia-me uma moeda, para almoçar. Dei-lhe esmola. Reparei que estava relativamente composto. Tinha bom aspecto. Estava envergonhado. Falava baixo. A medo. Perguntei-lhe: «Está desempregado?...» Disse-me que sim, com as lágrimas nos olhos: «As pessoas olham para os cabelos brancos e acham que já não sabemos trabalhar.» Perguntei-lhe se já tinha procurado ajuda nas instituições sociais. Que sim: «Fui à Junta de Freguesia e mandaram-me à Misericórdia. Fui à Misericórdia e mandaram-me à Segurança Social. Fui à Segurança Social e mandaram-me para a Junta de Freguesia...» Insisti ainda: «Então e o Rendimento Social de Inserção?» Disse-me que seriam 95 euros por mês... E fiqu

Esquerda e direita (I, II e III)

Esquerda e direita (I) Público 2012-01-27 Vasco Pulido Valente Lendo e ouvindo na televisão o dr. Mário Soares, mesmo a criatura mais desprevenida pode ver na história daquela vida exemplar (e de certa maneira fascinante) a história do socialismo desde o confuso fim da II Guerra até aos melancólicos dias por que passa hoje, na impotência e na esterilidade. Como dizia o outro, o tempo tem marés; e à primeira vista Soares foi sempre levado pela maré certa. Entre 1950-55 e 1970, bem antes da crise do petróleo, a Europa (ainda sem aspas) parecia finalmente ter conseguido resolver os problemas de uma era: havia crescimento, pleno emprego e um Estado social, que não parava de se expandir e de se aperfeiçoar. McMillan (de resto, um conservador) resumiu o milagre numa frase: " You have never had it so good ." Pouco antes da catástrofe. Quando chegou o "25 de Abril", ainda se tentava por aqui e por ali resistir à evidência. A América, enterrada no Vietname, deixa

Sète

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  Canal Royal

Girona

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Esta foto de Girona es cortesía de TripAdvisor

O Hermitage no Prado

The Hermitage in the Prado (até 25 de Março)  compra de bilhetes on-line Pietá (O Hermitage no Prado V) Senhora com chapéu preto (O Hermitage no Prado IV)... Põr do sol (irmãos) (O Hermitage no Prado III) Paisagem azul (O Hermitage no Prado II) Perguntas que não levam a parte nenhuma O lago em Montgeron (O Hermitage no Prado I)

Pietá (O Hermitage no Prado V)

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  Pietá Paolo Varonese (1576-1582) Óleo sobre tela (147x115) Museu Hermitage S. Petersburgo

Senhora com chapéu preto (O Hermitage no Prado IV)

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  Kees van Dongen (1908) Museu Hermitage S. Petersburgo

Põr do sol (irmãos) (O Hermitage no Prado III)

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  Caspar David Friedrich (ca. 1835) óleo sobre tela 26x31 cm Museu Hermitage S. Peterburgo

Paisagem azul (O Hermitage no Prado II)

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  Paul Cezanne (1903) óleo sobre tela 102 x 83 cm Hermitage, S. Petersburgo Russia

Perguntas que não levam a parte nenhuma

Público 2012-01-28 José Pacheco Pereira   Do "desvio colossal" ao silêncio sobre a privatização das rádios públicas e ao falhanço das últimas manifestações de "indignados" 1. POR QUE RAZÃO É QUE CONTINUAMOS SEM SABER SE HOUVE "DESVIO COLOSSAL" OU NÃO? Com o início deste Governo deu-se algo de muito parecido com o início do Governo Sócrates de 2005 e muito parecido com o Governo Barroso de 2003: na retórica política encontrou-se um "facto-pretexto" destinado a justificar uma inflexão de medidas prometidas em campanha eleitoral. Barroso descreveu um país de "tanga" deixado por Guterres em que o "choque fiscal" seria impossível, embora fosse uma promessa central da campanha eleitoral. Sócrates encontrou no défice virtual convenientemente calculado pelo Banco de Portugal o modo eficaz de esquecer as suas promessas eleitorais de baixar os impostos. Passos Coelho encontrou no "défice colossal" o argumento para co

O lago em Montgeron (O Hermitage no Prado I)

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  O lago em Montgeron Claude Monet

Gémeos

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Galinhas felizes

27-01-2012 8:54 RR on-line Aura Miguel Há quem perca a casa por causa da crise, mas as galinhas europeias têm que ter um ninho, um poleiro e terra para esgravatar e desgastar as unhas. A decadência da Europa está aí, à vista de todos e com problemas sem fim: crise financeira, endividamento das famílias, insolvências, desemprego, fome. Há famílias que perdem a sua casa por causa das dívidas. É grande a desorientação sobre as prioridades, há muita confusão sobre os valores da família e educação... Já para não falar na solidão e desespero de tantos, nos idosos que morrem abandonados, nos rostos tristes ou apreensivos de muitos que se cruzam connosco, no desencanto que nos espera no próximo futuro. Mas a razão destas minhas palavras sobre a decadência da Europa não tem a ver com o que disse até agora, porque problemas sempre os haverá. Tem, sim, a ver com a maneira como as nossas instituições, nomeadamente, ao nível europeu, enfrentam tudo isto. Então não é que ontem mesmo a Comissã

Contrastes

Vivemos num mundo de contrastes! O comentário de hoje de Aura Miguel fala-nos de galinhas felizes , fazendo-nos notar que, num tempo em que muita gente perde emprego e casa, a Comissão Europeia ameaça multar vários países , entre os quais Portugal, por não porem em prática uma directiva comunitária sobre bem-estar animal. Também nesta semana Francisco Sarsfield Cabral, nota que a ineficácia dos serviços sociais acaba por também prejudicar aqueles que quer ajudar. Ainda, segundo João César das Neves, a CGTP ,  ao abandonar a mesa das negociações, parecendo ter ficado bem na fotografia, prejudicou os trabalhadores seus associados, que diz defender. O que falta é razoabilidade, isto é, não basta ter razões (as galinhas precisam de ser bem tratadas, os menos favorecidos devem ser apoiados pela sociedade e os sindicatos devem defender os interesses dos trabalhadores); é preciso ter razões adequadas. A alternativa é um mundo de regras comentado com desencanto por T. S. Elliot:

Silêncio e palavra

Os homens sábios falam porque têm alguma coisa para dizer; os tontos falam porque têm que dizer alguma coisa Platão Desde que li esta sábia frase de Platão pela primeira vez, que me confronto frequentemente com a pergunta que me coloca do lado dos sábios ou dos tontos. Vem isto a propósito da espantosa e sábia mensagem que o papa Bento XVI nos envia com vista ao próximo dia mundial das Comunicações Sociais que tem por título: “ Silêncio e Palavra: caminho de evangelização ” Está cheia de frases preciosas organizadas, como nos tem habituado, numa sequência lógica e especialmente clara. Vale muito a pena ler. Deixo esta que me tocou especialmente: Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias.

Bem-estar dos animais: Comissão insta 13 EM, entre os quais Portugal, a aplicarem a proibição relativa às gaiolas de galinhas poedeiras

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Agro-portal, 2012-01-26 Através de uma carta de notificação formal pedindo informações, a Comissão Europeia convidou hoje a Bélgica, a Bulgária, a Grécia, a Espanha, a França, a Itália, Chipre, a Letónia, a Hungria, os Países Baixos, a Polónia, Portugal e a Roménia a tomarem medidas para superar as deficiências na aplicação da legislação da UE em matéria de bem-estar dos animais e, mais especificamente, a aplicar a proibição de gaiolas «não melhoradas» para galinhas poedeiras, em aplicação desde 1 de Janeiro de 2012, tal como previsto pela Directiva 1999/74/CE. A decisão política da proibição de gaiolas «não melhoradas» foi adoptada em 1999. Os Estados-Membros tiveram 12 anos para assegurar uma transição harmoniosa para o novo sistema e aplicar a directiva. No entanto, até agora, e não obstante os apelos reiterados da Comissão, os Estados-Membros acima mencionados não alcançaram uma conformidade adequada com o direito da UE. A Directiva 1999/74/CE exige que, a partir de 1 de

Os Filhos da Mentira

P. Gonçalo Portocarrero de Almada O milagre da multiplicação dos pais e das mães Jesus Cristo fez o milagre da multiplicação dos peixes e dos pães, mas a igualdade de género faz mais: multiplica, desgraçadamente, os pais e as mães. Se uma criança pode ter duas «mães», a verdadeira e a falsa, já que não pode ter sido gerada por ambas, pode ter ainda mais. Com efeito, se a verdadeira mãe morre, ficando a filha ao cuidado da falsa e a dita «viúva» casar com outra, também esta será, pela mesma razão, «mãe» da menor, portanto sua «mãe» duplamente falsa. Se aquela «viúva» morrer e lhe sobreviver a pessoa com quem casou, em segundas núpcias, pode esta, a dita «mãe» duplamente falsa, por sua vez casar com uma nova mulher, que será portanto a quarta «mãe» da criança em causa, ou sua «mãe» triplamente falsa. Portanto, se mãe verdadeira há só uma, falsas podem ser três, ou muitas mais! O mesmo se diga dos «pais». O finlandês Juha Jämsä, casado com o pai de três filhos, que têm mãe, também

CGTP

25 | 01 | 2012   17.12H João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt A zanga pública entre as centrais sindicais, que já mete tribunais, é insólita mas pode ter vantagens para a CGTP. Compreende-se que, na pureza dos seus ideais socialistas, a Intersindical não consiga descer a negociar com o vil patronato e o Governo lacaio. Todos temos alguém a quem recusamos ceder e transaccionar. O problema é que, para lá das posturas mediáticas, existem problemas reais e influentes. A opção de abandonar a sala fica bem na fotografia mas deixa tudo em aberto. Tendo os seus representantes ficado de fora, os trabalhadores da CGTP são também afectados pelo acordo assinado ou, se não o for, por aquilo que o Governo legislar sozinho. Por isso a posição de virgem ofendida que a Central costuma ter na concertação social, por muito justificada que seja, sai cara aos interesses dos membros. O momento nacional é grave, e toda a indignação é perfeitamente compreensível. Mas depois de descarregar os

Educar é um risco

A Renascença promove, em associação com o Fórum para a Liberdade de Educação, uma semana da educação , no período de debate da reforma curricular apresentada pelo ministro da Educação para o ensino básico e secundário. Educar é um risco porque é sempre uma proposta à liberdade de cada um. O que está em causa de imediato é uma reforma curricular, mas o que está em jogo verdadeiramente passa por uma reforma de atitudes.  A começar pela educação na família . Proponho como reflexão ontológica esta intervenção de D. Manuel Clemente no Congresso do Ensino Superior , no passado mês de Novembro sobre a tarefa da educação que, em última análise, consiste em extrair (e-ducere) do outro o que ele de melhor tem. É um tema vital para o nosso futuro colectivo de que ninguém se pode sentir excluído. Até porque a educação é uma tarefa pessoal de toda a vida.  Estejamos, por isso, atentos ao debate que vai acontecer durante a semana na Rádio Renascença.

Silêncio e palavra: caminho de evangelização

msgcomsoc2012

A ineficácia dos apoios sociais

RR on-line 24-01-2012 9:04 Francisco Sarsfield Cabral Despesas sociais em Portugal têm sido menos eficazes na redução da pobreza do que noutros países europeus. A redução do défice orçamental a que Portugal está obrigado tem uma consequência perversa: limita as verbas do Estado para apoios sociais, numa altura em que a pobreza aumenta por causa da austeridade. Parece a quadratura do círculo, que agrava a situação dos mais desfavorecidos. Mas há maneiras, se não de ultrapassar, pelo menos de atenuar este problema. Uma delas, que já aqui referi e está vias de concretização, é uma maior união de esforços entre entidades privadas e públicas no campo social. Outro caminho é aumentar a eficiência dos apoios sociais. O economista Miguel Gouveia mostra, num artigo publicado no último número da revista "Brotéria", que as despesas sociais em Portugal têm sido menos eficazes na redução da pobreza do que noutros países europeus. “Muitos países gastam menos do que Portugal em polít

O dinheiro e a educação dos filhos

Pe. Rodrigo Lynce de Faria «Por muito que me esforce, não consigo evitar que a minha casa se encha de coisas inúteis. Quando as vi pela primeira vez — tenho de o reconhecer — não duvidei de que eram necessárias. Com o passar do tempo, pelo contrário, vejo que poderia viver perfeitamente sem ter comprado muitas dessas coisas. O problema é que no momento não me lembro disto. Ou melhor, até me lembro, mas convenço-me de que necessito mesmo daquilo — e compro. «Gostaria, sinceramente, de aprender a comprar com mais sensatez. Ainda mais agora que estamos a viver uma séria crise económica. Há tanta gente a passar necessidades! Gostaria de ter um estilo de vida mais simples, mais austero. No fundo, mais cristão. E ensinar esse estilo de vida aos meus filhos. Dou-me conta de que o excesso de bens estragou-lhes um pouco a educação. A minha mulher pensa o mesmo. E também estamos de acordo em que o exemplo é o primeiro modo de educar. Acho que ainda estamos a tempo de mostrar-lhes na prátic

Semana da Educação

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Parceria FLE e Rádio Renascença Ao longo desta semana, que é a última para o debate público sobre a revisão curricular proposta para o ensino básico e secundário, os ouvintes e cibernautas da Renascença vão poder reflectir sobre alguns dos temas que estão em discussão. Entre segunda e sexta-feira, vão ser lançadas questões para o futuro da educação em Portugal: deve ou não haver liberdade de escolha da escola? Até que ponto deve haver autonomia nas escolas? Como deve ser feita a avaliação dos alunos? Estes são alguns dos temas que vão estar em debate, que vão ser complementados por reportagens. Esta é também a semana para ouvir o testemunho de muitos portugueses que por esse mundo fora vivem e convivem com outros sistemas educativos. Esta sexta-feira, dia 27 de Janeiro, o presidente do Fórum para a Liberdade de Educação, Fernando Adão da Fonseca, vai estar na Renascença para responder a estas e outras dúvidas que possa ter. A sessão de perguntas e respostas passa na antena d

Frase do dia

Razão é a consciência da realidade segundo a totalidade dos factores Luigi Giussani Razoável é portanto, olhar para a realidade não omitindo nada, um esforço de uma vida inteira, uma educação. Não é razoável ser parcial, olhar apenas para uma parte, ser preconceituoso, ser superficial, generalizar sem fundamento, justificar acções por razões secundárias. Dois exemplos de irrazoabilidade demonstradas na imprensa de hoje: João César das Neves no Diário de Notícias usa o mito histórico do mar tenebroso que construiu monstros, ameaças e colossos como referência para comparação com as dificuldades financeiras de hoje. O medo de uns e outros resulta de não olhar para a realidade com a razão, isto é, considerando todos os factores. Nuno Pacheco no Público ilustra a incompetência do Acordo Ortográfico que se esqueceu de incluir regras que evitem a confusão. Confusão é o resultado de olhar para a realidade de modo parcial e superficial. Finalmente, para perceber o que realment

O novo mar tenebroso

DN 2012-01-23 João César das Neves O passado tem sempre boas lições. Por isso, nestes tempos de crise financeira global há muito a aprender com os erros dos marinheiros da época dos Descobrimentos. A opinião actual sobre mercados financeiros cai facilmente no mito do "mar tenebroso". Como nos primórdios da aventura marítima, as notícias e comentários económicos estão cheios de monstros míticos, ameaças assombrosas, colossos maléficos. Das bolsas às agências de rating, dos bancos às multinacionais, não faltam candidatos a serpentes marinhas do mundo creditício. Serão essas análises erradas? Como os oceanos, as transacções financeiras incluem muitos dramas e imprevistos. Surgem tormentas e calmarias, ventos e naufrágios, piratas, escorbuto e indígenas hostis. Mas esses graves problemas são sempre acidentes, erros e crimes estritamente humanos, não aberrações acéfalas e perversas, como o Adamastor ou o Mostrengo que a lenda constrói. Passado o susto, quando chegavam a