Pio XII e Holocausto

Público, 2012-07-08

A boa notícia chegou de Israel


De Israel chegou uma boa notícia para o Papa e o Vaticano esta semana: em Jerusalém, o Yad Vashem, o memorial às vítimas do Holocausto, alterou o texto que acusava o Papa Pio XII (1939-1958) de ter silenciado o massacre dos judeus durante a II Guerra Mundial. Junto à fotografia de Pio XII está agora um texto que, anunciou o museu e memorial, tem em consideração as "investigações dos últimos anos" - entre as quais um simpósio promovido pelo próprio Yad Vashem em 2009. O novo texto dá uma imagem mais "complexa" da actuação de Pio XII, que diz ser objecto de debate. O Papa Eugenio Pacelli não denunciou "explicitamente" o genocídio dos judeus, lê-se no documento. Mas, na sua rádio-mensagem do Natal de 1942, Pio XII falou das "centenas de milhares de pessoas que, sem qualquer culpa da sua parte, por vezes só por causa da sua nacionalidade ou raça, se vêem destinadas à morte ou a um extermínio progressivo". E, diz ainda o texto, as acções da Igreja Católica permitiram salvar "um importante número" de judeus. A mudança foi bem acolhida pelo Vaticano, naturalmente, mas também na Pave the Way (PTW), uma fundação americana vocacionada a criar pontes entre religiões, incluindo a recolha de documentação sobre o papel de Pio XII (www.ptwf.org). Gary Krupp, judeu nova-iorquino e presidente da PTW, comentou à agência Zenit que "não há uma base documental para nenhuma das acusações" feitas a Pio XII. E contou que, recentemente, a fundação descobriu uma carta do então cardeal Pacelli, de 1939, em que o futuro Pio XII tentava obter vistos para os 200 mil judeus que restavam na Alemanha, após a Noite de Cristal. A.M. 

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