Mandante em chefe

Correio da manhã, 2012-08-24
Leonardo Ralha

É provável que Barack Obama continue na Casa Branca após as eleições de Novembro. Quase todas as sondagens lhe dão vantagem sobre o republicano Mitt Romney, até agora incapaz de mobilizar os descontentes com a economia e o desemprego nos EUA.
Se é grande a desilusão com Obama neste capítulo, estranha-se o silêncio com que tantas almas gentis, indignadas com detenções ilegais e ‘interrogatórios avançados’ de George W. Bush, encaram a actuação do ex-paladino do primado do direito internacional.
Ao contrário da administração anterior, que capturou elementos da al-Qaeda como Khalid Sheikh Mohammed, ‘arquitecto’ do 11 de Setembro, Obama preferiu matar milhares de presumíveis inimigos. O "presidente letal", como lhe chama a revista ‘Esquire’, decide quem é executado em solo estrangeiro, seja pelas forças especiais que visitaram Bin Laden ou pelas bombas dos ‘drones’ nos céus do Paquistão ou do Iémen.
Mais do que comandante-em-chefe, Obama é o mandante-em-chefe de execuções em que faz de juiz, advogado de defesa e de acusação. E, ao contrário de muitos detidos na base de Guantánamo, nenhum réu volta a casa se provar a inocência.

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