Somos uns calimeros

Negócios online 22 Agosto 2012 | 23:30
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com

Em 19 de Janeiro deste ano os juros da dívida a 10 anos estavam em 14,67%; ontem caíram para 9,18%. Em 19 de Janeiro os juros a cinco anos estavam em 18,46%; ontem caíram para 7,83%. Já no prazo a dois anos os juros estavam em 16,6% e ontem desceram para 4,76%. De referir que a comparação peca por defeito: o valor mais elevado ocorreu no final de Janeiro (os juros a cinco anos chegaram a encostar nos 21%)…

Nos prazos de dois e cinco anos os juros até já estão abaixo dos valores de antes do pedido de ajuda externa. A descida é tanto mais notável porque ela se mantém apesar da queda do PIB (3,3% em termos homólogos) no segundo trimestre de 2012 e da turbulência em Espanha, para onde vão 24% das nossas exportações.

Explicações para este comportamento há-as para todos os gostos: eventual intervenção do BCE; abertura a cedências no programa da Grécia; descida dos juros espanhóis e italianos… Há outra explicação, com mais peso: o trabalho desenvolvido por Vítor Gaspar no controlo das Finanças Públicas, que os investidores estão finalmente a reconhecer (a tendência de descida vem de Fevereiro…).

Confesso que não entendo como é possível ignorarmos (analistas, políticos, opinion makers, etc) uma vitória como esta. Sim, porque é uma vitória (alguns cépticos até já dizem que é provável o regresso aos mercados em 2013…). Há muita coisa por fazer (estimular o investimento, reduzir o desemprego, aumentar a produtividade, voltar a crescer)? Sem dúvida. Mas para um país pequeno, que não gera capital suficiente para se desenvolver, convencer os investidores (em tão pouco tempo) que lhe podem voltar a emprestar dinheiro, é obra. Repito: é obra. Convinha que valorizássemos isso

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