Regras do comentário político à portuguesa

Henrique Raposo (www.expresso.pt)
Segunda feira, 24 de setembro de 2012 

 (a). Estar calado enquanto um governo de esquerda enterra o país, mantendo, até ao fim, uma atitude de defesa ou de ambiguidade em relação à força mui progressista que está no poder.
(b). Lançar toda a violência verbal sobre o governo direitolas que lidera há ano e meio um país falido e dependente de credores externos. É o que se chama atacar o efeito depois de pactuar com a causa.
(c). Manuela Ferreira Leite não interessa na análise à causa (2009) , só interessa nas críticas ao efeito (2012). Ferreira Leite já não é a velhota que recusa vender sonhos, já não é a líder do "bota-abaixismo"
(d). Quando conduz um país à bancarrota, um primeiro-ministro de esquerda não é incompetente ou insensível em relação ao fardo que deixa para o futuro. É apenas alguém que se limita a seguir, ora essa, uma "política económica" assente nos "incentivos ao crescimento" pedidos por 90% da elite comentadeira. Então, por que razão estamos em crise? A culpa é da Merkel, da UE, do Euro, dos mercados.
(e). Quando tenta retirar o país da bancarrota, um primeiro-ministro de direita é um monstro de insensibilidade. 
(f). Quando não corrige um erro, um primeiro-ministro de esquerda não é  arrogante ou autoritário. É, isso sim, um "animal politico".
(g). Quando não corrige um erro, um primeiro-ministro de direita é arrogante, um pequeno líder autoritário ou um fascizóide que toma um chá das cinco "neoliberal". 
(h). Quando admite o erro e recua, o primeiro-ministro de esquerda revela uma enorme sensibilidade social e uma capacidade inata para ouvir o povo, para apalpar o pulso do país.
(i). Quando admite o erro e recua, um primeiro-ministro de direita perde a sua autoridade e a legitimidade do seu governo fica comprometida.

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