Dinossauros

DESTAK | 20 | 02 | 2013   22.01H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt

As eleições deste ano estão dominadas por um assunto insólito, que só surge por falta de cultura democrática. A aplicação dos princípios mais básicos da civilização chegaria para eliminar a questão dos dinossauros autárquicos.
A introdução de limites nos mandatos das Câmaras Municipais é justificada por, sobretudo em meios pequenos, o presidente da edilidade ter facilidade em usar essa posição para se perpetuar no poder. Mas é bom não esquecer que, mesmo aceitável, a medida constitui em si mesma uma forte perversão da democracia. 
Não só ela parte da desconfiança que o eleitorado saiba aquilo que quer, ou seja uma suspeita do próprio processo eleitoral, mas ela limita os direitos mais fundamentais de eleger e ser eleito.
É evidente que toda a justificação da medida cai por terra se o candidato se apresentar numa Câmara em que não é presidente. E portanto não está em vantagem. Aí ele é um novato, não um dinossauro. 
Curiosamente, a verdadeira justificação do debate é precisamente a oposta daquela que é apregoada. O real motivo é o medo que deles têm os concorrentes. Ou seja, o problema é que os os dinossauros, afinal, em vez de serem animais extintos, se podem revelar muito elegíveis.

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