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A mostrar mensagens de abril, 2013

Quando tanto se fala de consensos é bom recordar

Não é de bom senso um consenso sem senso António Luís Montiel Pedagogo (1959-...)

O Estado, figura omnipresente na nossa vida…

30 Abril 2013, 00:05 por Camilo Lourenço | camilolourenco@gmail.com Portugal não sabe viver sem o Estado. E o Estado não sabe viver sem a "protecção" que a sociedade civil lhe exige. Vem isto a propósito do protesto dos taxistas, ontem em Lisboa. Protesto, recordo, relacionado com os cortes do Ministério da Saúde nas verbas para pagar o transporte de doentes por táxi. A páginas tantas alguém perguntava a um dos "protestantes" por que estava ali. E a resposta foi elucidativa: na zona onde vive, o seu rendimento cingia-se quase exclusivamente ao "contrato" para transportar doentes não acamados. Agora, com os cortes do Ministério da Saúde, os outros clientes não chegam para lhe rentabilizar o negócio. Ou seja, há um "empresário" que não sabe o que é diversificar o negócio e pensa que o Estado não pode fazer cortes na despesa… porque ele precisa de garantir a sua sobrevivência. E, por isso, decide vir protestar para São Bento. O problema de P

Falar verdade

Miguel Alvim A epígrafe de Eça de Queirós - "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia" - já não serve. A realidade é forte demais para imagens literárias. O termo fracturas sociais também não serve. Falemos verdade. Os deprimentes ensaios sociais - legais da era Sócrates, do crime do aborto liberalizado até à aberração do dito casamento homossexual ou do projecto da adopção de crianças inocentes e desprotegidas por duplas homossexuais são o sinal forte e evidente de um processo imparável de erosão moral - legal, de deriva ateia e pagã de uma comunidade que está a desumanizar. A crise é isso, muito mais do que PPPs e operações swaps (apesar de que estas falácias são outro aspecto da mesma realidade). Portugal, a Europa e o Ocidente em geral estão apodrecidos nas suas convicções, princípios e valores. E pasmam sem soluções. As soluções para esta crise não se encontram em manuais escolares de boas práticas económicas e financeiras. Um

A guerra de consensos

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Alexandre Homem Cristo, i-online 29 Abr 2013 Um consenso alargado não apaga a identidade dos partidos e não impossibilita o estabelecimento de uma alternativa política Nas décadas de 1950 e 1960, o Reino Unido foi governado sob aquilo a que se chamou de "política do consenso" ou "contrato contínuo". Independentemente de quem estivesse no poder (Attlee, Macmillan, Wilson), a tomada de decisão era antecedida de uma consulta alargada aos restantes actores políticos, na busca de um entendimento sobre qual deveria ser a acção governativa num determinado sector. Viviam-se tempos excepcionais. No rescaldo da II Guerra Mundial, era fundamental virar a página. Olhando para trás, são muitos os que acreditam que, nos 20 anos que se seguiram ao fim da II Guerra Mundial, essa opção pelo consenso surtiu efeito, evitando crises políticas e consolidando os pilares para o desenvolvimento económico britânico. E, sublinhe-se, nunca este processo resultou no apagar das característ

Ciclo Reforma do Estado | José Ribeiro e Castro | Livraria Férin

Apresentacao Reforma Do Estado

Frase do dia

Os dois artigos que seleccionei para hoje chamam a atenção para o mesmo que, com alguma generalização abusiva, é o assunto da frase do dia. No primeiro, fala-se do trabalho científico de dois professores de Harvard, Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, que dedicaram a sua vasta investigação à questão das crises financeiras e dívida excessiva; um seu artigo recentemente publicado foi contestado por outros investigadores, como habitualmente acontece no meio científico. Este facto é totalmente, mas a agenda política, apesar de simular idoneidade intelectual, defende interesses, não a verdade, e viu nesta investigação complexa uma oportunidade de jogo . No segundo, conta-se que Alexis Tsipras, o líder do partido da extrema-esquerda grega, decidiu vir a Portugal "comemorar o 25 de Abril". O facto, só por si, não mereceria mais do que um bocejo de tédio, mas a comunicação social achou que o assunto era muito importante . Parecerá que estamos sujeitos a viver num mundo onde somo

O discurso da catástrofe

João Carlos Espada, Público, 29/04/2013 Alexis Tsipras, o líder do partido da extrema-esquerda grega, decidiu vir a Portugal "comemorar o 25 de Abril". O facto, só por si, não mereceria mais do que um bocejo de tédio, mas a comunicação social achou que o assunto era muito importante. Em entrevistas várias, o senhor apelou a uma "Primavera mediterrânica" - talvez um bom anúncio turístico, se fosse proferido por outra fonte. De caminho, apresentou um diagnóstico catastrófico sobre as intenções dos governos do Norte da Europa, sempre liderados pela "terrível Alemanha", de transformarem os países do Sul em "novas colónias". A profundidade da análise fala por si, e também não mereceria atenção especial. Acontece, todavia, que este género de discurso catastrofista começa a alastrar, contaminando pessoas e instituições respeitáveis. Em França, fala-se hoje com naturalidade do "fim do regime". Dois dos maiores semanários do país, Le Poin

29 de Abril - Santa Catarina de Sena

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Sta Catarina de Siena, Doutora da Igreja - Festejada 29 de abril      Em 25 de março de 1347, Lapa Benincasa deu à luz duas gêmeas em seu vigésimo quarto parto. Uma delas não sobreviveu após o Batismo. A outra, Catarina, tornar-se-ia a glória de sua família, de sua pátria, da Igreja e do gênero humano.      Giacomo di Benincasa, seu pai, era um tintureiro bem estabelecido, "homem simples, leal, temeroso de Deus, e cuja alma não estava contaminada por nenhum vício" ; piedoso e trabalhador, criava sua enorme família de 25 filhos no amor e no temor de Deus. Catarina, a penúltima da família e caçula das filhas, teve a predileção de todos e cresceu num ambiente moral puro e religioso.      Aos 7 anos de idade Catarina consagrou a sua virgindade a Cristo; aos 16, cortou sua longa cabeleira para evitar um casamento; e aos 18, recebeu o hábito das Irmãs da Penitência de São Domingos.      Catarina encarou a sua clausura com seriedade e vivia encerrada no seu próprio quarto,

Ficção científica

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2013-04-29 No meio do sofrimento económico tivemos uma notícia inacreditável: "Um dos ensaios académicos que têm servido de suporte para boa parte das políticas de austeridade na Europa contém um erro na fórmula do programa informático Excel" (Rádio Renascença, 18/4). Depois de tantos custos, cortes e despedimentos, afinal está tudo errado? Como é possível? Parece mentira! Parece mentira porque é mesmo mentira. Trata-se de mais uma onda de sobre-excitação mediática sem qualquer significado. Vejamos brevemente os factos que suportam todo o aparato. Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, professores de Harvard, dedicaram a sua vasta investigação à questão das crises financeiras e dívida excessiva. O seu livro de 2009, This time is different, em vias de sair por cá em tradução, foi um clássico instantâneo. Mas ele é apenas um de muitos estudos destes autores, como o artigo "Growth in a Time of Debt", publicado em Maio de 2010 na American Econom

Amai-vos uns aos outros

Frase do dia

A obrigação com a nossa pátria não cessa senão com as nossas vidas John Adams (2.º presidente dos Estados Unidos da América) carta a Benjamin Rush 18 Abr 1808

Depois vais ter pena

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Inês Teotónio Pereira , ionline 27 Abr 2013 É uma questão de tempo até que fiquemos sozinhos no castelo a falar com as paredes e a chatear os visitantes com as glórias do passado Quando temos os nossos filhos ainda pequenos não são poucas as pessoas, principalmente mães mais velhas, que nos alertam com uma certa nostalgia: "Aproveita enquanto eles são pequenos… Depois vais ter pena." É uma frase recorrente que é dita sem grandes desenvolvimentos mas sempre me pareceu assim uma coisa siciliana. A advertência sempre me assustou um pouco. Sempre me fez lembrar uma espécie de anúncio de uma catástrofe que se advinha: "Ui, nem sabes o que aí vem… Depois não digas que eu não avisei." Como se tivéssemos de encher a dispensa de enlatados e preparar-nos para o pior. Por outro lado, raramente alguém nomeia a desgraça, ninguém nos adianta pormenores sobre esse futuro ameaçador, como uma cigana que nos lê a mão mas não quer entrar em pormenores em relação ao número de de

A hipótese que não existe

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Gonçalo Portocarrero de Almada, i-online 27 Abr 2013 Um dilema com 2 mil anos: Jesus de Nazaré é Deus ou um impostor? Conta-se que um nosso contemporâneo tinha péssima voz e ainda pior ouvido. Inconsciente das suas incapacidades canoras e auditivas, arriscava as mais arrojadas escalas, com terríveis resultados. Numa ocasião, um desesperado ouvinte, com escassa predisposição para o martírio, não aguentou mais e gritou-lhe: - Cale-se! Essa nota não existe! Uma nota inexistente é, como é óbvio, uma contradição nos termos, mas serve como exemplo de uma hipótese inexistente, como é a tese de que, negando a divindade de Cristo, também o não quer condenar, afirmando que era um bom homem. Ora acontece que, em termos meramente racionais ou lógicos, essa é a única hipótese que não existe. A historicidade de Jesus de Nazaré não pode ser honestamente posta em causa, mas só os cristãos estão dispostos a reconhecer-lhe a condição divina que a sua fé afirma. Ateus, agnósticos e crentes de out

Um Jesuíta fala sobre o Papa Jesuíta

UmJesuitAeoPapa by papinto

Menos Estado, melhor Estado

Esta altura do ano é talvez aquela em que se fala mais de política, também talvez, porque a comemoração do 25 de Abril e a proximidade do 1º de Maio, a isso convidem. Porém, o debate é, a maior parte das vezes, enviesado. Há questões que não se debatem, porque para muitos, que se sentem donos do Estado , se trata de conquistas civilizacionais irreversíveis. O resultado tem sido o aumento de peso do Estado e a sua intromissão em assuntos que não lhe dizem respeito e para os quais esta intervenção não tem hipóteses de ser adequada . O resultado da omnipresença do estado, para além de caro, como agora constatamos, é muitas vezes totalmente ininteligível . A intenção é seguramente boa, mas a inteligibilidade é uma pré-condição da verdade. Um abraço do Pedro Aguiar Pinto

Escola para Obras de Caridade (2º encontro)

Oras-caridade

As leis que temos

ARTIGO 1º da Lei nº23/2013 de 5 de março «A presente lei aprova o regime jurídico do processo de inventário, altera o Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de novembro de 1966, e alterado pelos Decretos -Leis n.os 67/75, de 19 de fevereiro, 201/75, de 15 de abril, 261/75, de 27 de maio, 561/76, de 17 de julho, 605/76, de 24 de julho, 293/77, de 20 de julho, 496/77, de 25 de novembro, 200 -C/80, de 24 de junho, 236/80, de 18 de julho, 328/81, de 4 de dezembro, 262/83, de 16 de junho, 225/84, de 6 de julho, e 190/85, de 24 de junho, pela Lei n.º 46/85, de 20 de setembro, pelos Decretos -Leis n.os 381 -B/85, de 28 de setembro, e 379/86, de 11 de novembro, pela Lei n.º 24/89, de 1 de agosto, pelos Decretos -Leis n.os 321 -B/90, de 15 de outubro, 257/91, de 18 de julho, 423/91, de 30 de outubro, 185/93, de 22 de maio, 227/94, de 8 de setembro, 267/94, de 25 de outubro, e 163/95, de 13 de julho, pela Lei n.º 84/95, de 31 de agosto, pelos Decretos -Leis n.os 329 -A/9

Está o PS condenado a ser Governo? E nós a ser governados pelo PS?

José Manuel Fernandes, Público, 26/04/2013 Portugal, para o bem e para o mal, é o Estado, e o Estado que temos confunde-se com o PS que temos. É tão socialista como ele Os gaulistas foram, durante muito tempo, uma espécie de "donos" da V República francesa. A democracia cristã italiana comportou-se, durante décadas, como se a Itália lhe pertencesse. Esses partidos, que se confundiam com o regime, criavam a ideia da impossível alternância. Mesmo quando momentaneamente eram afastados do poder, havia a percepção de que isso era apenas um acidente de percurso. Em Portugal é o PS que tem esse estatuto. Em parte por mérito próprio - pelo que fez em 1974/75 -, muito por demérito alheio, mas sobretudo porque o país parece ser o PS. Até hoje, até com António José Seguro, até neste tempo em que o PS é cada vez mais - como se viu em todo o processo que levou ao congresso deste fim-de-semana - um corpus aparelhístico, calculista e ressentido, Portugal não deixou de se sentir a si

Eu digo fé. Tu dizes...Sinto que devo muito ao cristianismo

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O Laboratório da fé convidou algumas pessoas, crentes ou não crentes, para escreverem um texto sobre a fé. O resultado é apresentado, mensalmente, nesta rubrica intitulada: «Eu digo fé. Tu dizes...».  O texto que se segue é da autoria do jornalista José Manuel Fernandes . http://www.laboratoriodafe.net/ 22-04-2013 Nasci, na década de 1950, numa família católica da classe média e, como acontecia nessa época com quase todas as crianças, fui baptizado e segui a catequese até à primeira comunhão, uma cerimónia festiva que vivi intensamente. Continuei depois muito ligado à Igreja da minha paróquia, a do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa, beneficiando do activismo de um pároco precocemente desaparecido – o padre Aparício – e da excitação da construção e inauguração de um novo templo, para mais uma igreja arquitectonicamente arrojada, filha do talento de Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas. Continuei assim ligado a grupos que funcionavam junto da paróquia, cheguei a ajudar à missa e

O Mosteiro Mater Ecclesia, que receberá Bento XVI em breve

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Cidade do Vaticano (RV) – Estes últimos dias de abril vêem a finalização das reformas do Mosteiro Mater Ecclesia, que deverá acolher um personagem ilustre nos próximos dias, Bento XVI. É um mosteiro único na cristandade, pela sua localização, carisma e breve, mas antiga história. O Mosteiro Mater Eclesia localiza-se quase no centro do minúsculo território vaticano, na metade da colina cuja encosta dá para a Basílica, entre a atual Via do Observatório e a antiga muralha leonina. Na sua frente, um exemplar de Corticeira-do-banhado ( Erythrina crista galli ), árvore comum no Brasil, Argentina e Paraguai. Era 13 de maio de 1994, nascia a comunidade feminina de vida contemplativa, que assumia uma missão nova, mas ao mesmo tempo antiga. De uma forma inédita, o Mosteiro Mater Ecclesiae, insere-se na longa tradição das mulheres que, desde o Calvário, apoiam, com oração, inicialmente o caminho de Jesus, e depois, os sucessores de Pedro. De 1994 a 2012, sucederam-se no mosteiro quatro entre a

Os escurinhos e os riquinhos

Gonçalo Portocarrero de Almada Público, 24/04/2013 No PÚBLICO de 15 de Abril é de novo referido o caso de uma pobre mãe, Liliana Melo, a quem a Segurança Social, de uma assentada, retirou sete dos seus dez filhos. Pobre e escurinha, como agora se diz. Outro galo cantaria se não fosse pobre, nem escurinha. Há que admitir que o Estado, em casos extremos, tenha que suprir a ausência ou a ineficiência da família. Se os progenitores não prestam à prole a assistência que lhe é devida, é necessário que alguém o faça, porque o bem dos filhos tem prioridade sobre as expectativas dos pais. Se estes não existem, ou não cumprem minimamente com as suas obrigações parentais, de que são os primeiros e principais titulares, outros terão que assumir essa responsabilidade. Mas a solução a aplicar, em primeiro lugar, não pode ser a destruição da família natural, por mais disfuncional que seja, porque nenhuma instituição a pode suprir com vantagem. Por isso, urge ajudar os agregados familiares

Ser feliz

Uma mentira, por mais que se proclame e repita, não passa a ser verdade. Uma das mais frequentes e destruidoras é esta: Tenho direito a ser feliz! E esta mentira instala-se na cabeça de imensa gente a ponto de justificar tanto abandono e sofrimento, tanto acto egoísta. Tudo por um prazer, quase sempre efémero, tornado direito. Com isto avança um mundo doente e em ruptura. Ser feliz não é direito, mas dever! Tenho o dever de procurar a felicidade e só me aproximarei dela fazendo felizes os outros! Mas atenção, felicidade não é ausência de sofrimento. ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA Vasco P. Magalhães, sj Edições Tenacitas www.tenacitas.pt http://www.facebook.com/edicoes.tenacitas