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A mostrar mensagens de julho, 2013

Autoridade e razão

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Pedro Braz Teixeira, ionline, 2013-07-31 Num país em que os argumentos de autoridade valem mais que os argumentos racionais, a asneira é rainha Em Portugal existe uma estranha originalidade. Embora, como na generalidade dos países, os políticos, como um todo, sejam avaliados de forma claramente negativa, é entre eles que a comunicação social tende a recrutar os seus comentadores. Antes de mais, convém esclarecer que isso não parece resultar de um enviesamento da comunicação social. Se os portugueses não atribuíssem valor ou interesse a esses comentários, é pouco provável que os órgãos de comunicação contratassem de forma tão esmagadora ex-primeiros ministros e ex-ministros. A parte mais preocupante desta originalidade portuguesa, que surpreende qualquer analista estrangeiro, é que, demasiadas vezes, esses ex-governantes não deixaram uma obra louvável. Ou seja, é como se o principal atributo destes políticos comentadores não fosse a qualidade mas a autoridade. A ocupação de luga

A arte do inacabado

Hoje, o Povo interrompe as suas mensagens de e-mail até Setembro. Estas interrupções no tempo deixam sempre a impressão de que muita coisa fica por fazer, o que nos incomoda, mas quando regressamos não houve grande consequência dessa paragem. Saber lidar com a nossa reacção ao tempo exige grande sabedoria que as férias ajudam a ganhar e de que nos fala hoje o Padre Tolentino. Boas férias Pedro Aguiar Pinto A arte do inacabado Pe. José Tolentino de Mendonça Expresso, 20-07-2013 É-nos dito e repetido que o tempo bem aproveitado é um contínuo, tendencialmente ininterrupto, que devemos esticar e levar ao limite. A maioria de nós vive nessa linha de fronteira, em esforçada e insatisfeita cadência, a desejar, no fundo, que a vida seja o que ela não é: que as horas do dia sejam mais e maiores, que a noite não adormeça nunca, que os fins de semana cheguem para salvar-nos a face diante de tudo o que fica adiado. Quantas vezes damos por nós a concordar automaticamente com o

A cortina e o espelho

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2013-07-29 Nunca ninguém soube a causa, mas na manhã de 1 de Agosto de 2013 realizou-se o sonho de tantos de portugueses: subitamente faleceram todos os políticos nacionais, foi extinta a troika e até Angela Merkel se demitiu. Os historiadores discutirão durante séculos esta incrível coincidência. No inexplicável desaparecimento da classe política falou-se em epidemia, nos bivalves contaminados das praias e suspeitou-se de terrorismo. A verdade é que quase todos os detentores de cargos públicos, ministros, deputados, magistrados e autarcas, bem como membros das comissões políticas dos dez maiores partidos nacionais foram encontrados mortos ou incapacitados. Os factos internacionais tiveram motivo independente, mas misteriosamente relacionado: a decisão do Tribunal Constitucional Alemão sobre a participação do Bundesbank no BCE levou à demissão de Merkel e suspensão dos programas de ajuda aos países endividados. Acabou a troika. O significado desta brutal e

Londres celebra prince George of Cambridge

João Carlos Espada Público, 29/07/2013 Há cerca de cem anos, o continente europeu preparava-se para entrar numa fase de excitação guerreira em torno de sucessivas promessas inovadoras: proteccionismo e rivalidade entre impérios continentais, primeiro, marxismo e nacional-socialismo, depois. Londres iria receber, nas décadas seguintes, novas vagas de exilados, entretanto perseguidos no continente por cada uma daqueles modernismos rivais. Imperturbável, Londres usufruía tranquilamente as suas liberdades conservadoras: uma monarquia estável, um Parlamento soberano, sólidos direitos de propriedade, indiscutíveis liberdades sindicais, comércio livre, estritas normas de conduta não escritas, incompreensíveis aos olhos modernistas. As coisas certamente melhoraram entretanto no continente europeu. Mas Londres continua a viver numa atmosfera singular, dificilmente compreensível pelo racionalismo cartesiano continental. Durante a semana passada, por exemplo, e debaixo de um calor estival s

Que assim seja!

Ana Soares Diário de Trás-os-Montes, 28-07-2013 Quando o Verão nos brinda com uma remodelação governamental, com novo aumento do número de desempregados, com a crise a manter-se dramática no seio dos agregados familiares portugueses, com as obras que tanto tempo foram aguardadas mas que coincidentemente são agora realizadas perto das eleições autárquicas, entre outros assunto que nos visitam quotidianamente, resolvi não referir qualquer destes temas na presente crónica. Após uma ausência forçada por motivos profissionais, achei que deveria partilhar alguns pensamentos sobre um tema positivo, de renovada esperança e que diz respeito à consciência de cada um de nós, sem obviamente pretender impor qualquer crença ou desrespeitar aquilo que para mim é um dado adquirido: o respeito por qualquer religião diferente da minha. Numa altura de particular crise em todo o mundo, é um bálsamo para a alma ver o sorriso do Papa Francisco, a frontalidade com que Ele aborda os assuntos mais sensív

O Papa

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ionline, 2013-07-27 Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Porquê este entusiasmo das multidões pelo Papa? Porquê o fervor das gentes pela pessoa humana do representante de Cristo? Que há, na sua pessoa, que explique esta atracção? Que tem o bispo de Roma - o actual, ou os seus antecessores - que tanto fascina homens e mulheres de todas as idades e condições? Não será exagerada esta exaltação do ser humano que ocupa a cátedra de Pedro? Não é afinal um simples mortal? Quando à sua pessoa se atribuem poderes mágicos, não se estará a incorrer porventura em superstição? Onde termina o culto da sua personalidade, em princípio aceitável, e começa uma inadmissível idolatria? Os muçulmanos não veneram o seu profeta, Maomé, nem permitem qualquer representação de Alá. Os judeus não se consideravam sequer dignos de pronunciar o santo nome de Iavé. Até os evangélicos baniram dos seus templos as imagens sagradas e proíbem a devoção aos santos. O Papa, seja ele quem for, é o máximo represent

A pura bondade do respeito

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José Luís Nunes Martins Ionline, 2013-07-27 O valor de alguém revela-se no que essa pessoa é capaz de fazer, e faz, por quem nada pode fazer por ela... de forma crua, a verdade toda aparece aí Sem respeitar os outros ninguém merece o respeito de si mesmo. Porque só quem respeita o seu próximo é verdadeiramente digno do eminente valor da sua própria vida. Todo o homem é digno de respeito, sem exceção. Cada um tem a sua excelência ainda que tal não seja evidente, mas é a humildade da razão e da sensibilidade que devem prevalecer, e garantir, que a aparente ausência não significa vacuidade de substância. Há tantos heróis com quem nos cruzamos a cada dia, gente a quem outra gente já sentenciou como... insignificante... esses, que assim julgam tão rápida quanto erradamente, não se respeitam as suas capacidades, como se desprezassem os dons, tomando-os por deformidades.   O respeito consiste numa postura interior de nos abstermos de tudo quanto possa afetar o outro. Uma espécie

Os arguidos até podem dizer a verdade!

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Saragoça da Mata Ionline, 2013-07-26 Na prática quotidiana, há nas investigações uma presunção de culpa dos arguidos.Digam a Constituição e a lei o que disserem Muito se tem falado da necessidade de aproveitar nos julgamentos criminais as declarações dos arguidos prestadas nas fases anteriores dos processos. O argumento é o de sempre: muitas vezes o arguido confessa no início do processo e depois muda de versão. Logo, por pressão das magistraturas, a lei veio acabar com essa "pouca-vergonha". Mas a questão, para ser séria, tem uma segunda parte: qual o valor dessas mesmas declarações quando, do início ao fim do processo, o arguido sempre manteve a mesma versão dos factos e se declarou inocente? E, na prática, qual a relevância efectiva desta polémica se a realidade lusa é o que é? É que na esmagadora maioria dos casos em que um arguido presta declarações, o Ministério Público irreleva totalmente a sua versão. Mesmo quando são claramente verídicos os factos relatados,

Pronto, já podemos ir de férias. Poderemos?

José Manuel Fernandes Público, 26/07/2013 A crise acabou por ser reveladora e esclarecedora. E por criar uma oportunidade que cabe à maioria aproveitar Há três semanas, quando a inopinada demissão de Paulo Portas desencadeou a crise política que só agora se encerra, era difícil imaginar que sairíamos dela com um governo remodelado que muitos antevêem mais forte do que o anterior e com uma maioria que parece ter reencontrado alguma da sua confiança política. Paradoxalmente, saímos também com uma oposição mais dividida. Quase tudo ao contrário do que foi previsto, do que até parecia lógico. Como nunca tantos comentadores se enganaram tantas vezes em tão pouco tempo, vale a pena tentar perceber o que se passou. E o que se pode vir a passar. O momento decisivo O gesto mais importante de toda esta crise pertenceu ao primeiro-ministro. Foi quando, na noite de 2 de Julho, algumas horas depois de ter sido conhecida a decisão "irrevogável" de Paulo Portas, anunciou: "Não

Orgulhosamente analógico

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Henrique Raposo Expresso Quinta feira, 25 de julho de 2013 Antes de ler este livro, eu respeitava o João Távora. Respeitava a sua devoção por causas que parecem perdidas: a pátria, o catolicismo, o constitucionalismo monárquico, o Sporting. Admirava a carolice que traça uma linha na areia para dizer "basta" (uma espécie de "No Pasarán", mas em bom). Apreciava a forma como o João assume o preço de estar naquelas margens da sociedade. Como habitante da margem, de outras margens, eu só poderia admirar esta coragem galante. Uma coragem colocada na defesa de princípios analógicos anulados por um tempo demasiado virtual. Depois de ler este livro, passei a gostar do João Távora, porque boa parte de "Liberdade, 232" entra num campo que me interessa: as memórias. Há muitos patriotas, muitos católicos, muitos defensores da Monarquia Constitucional, mas poucos têm a coragem de assumir a narrativa das suas memórias em redor destes temas, poucos assumem as estó

Votação da co-adopção adiada

Professor João César das Neves considera que a co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo foi uma "artificialidade criada por questões ideológicas". 24-07-2013 0:49 Algumas dezenas de pessoas juntaram-se esta noite numa vigília de oração frente à Assembleia da República. O objectivo foi marcar um protesto contra a possibilidade de co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo. "Este problema é mais grave do que o casamento [homossexual] por já ser um fenómeno que vai afectar as crianças", começa por argumentar o professor universitário João César das Neves. César das Neves considera que "tudo isto foi uma artificialidade criada por questões ideológicas, basta só notar que assim que aprovaram a lei do casamento praticamente não houve casamentos. Não era um assunto. Foi criado artificialmente". O professor universitário diz ainda que "este é um propósito que faz avançar algumas carreiras políticas, que faz cumprir alguns objectivos, mas n

Pai e mãe e a "co-adopção" homossexual

José Ribeiro e Castro , Público, 23/07/2013 Houve quem falasse inapropriadamente de "totalitarismo" a respeito das críticas à "co-adopção" homossexual. Mas, já que se falou nisso, convém ter presente que a convicção de que todo o poder está na ponta da caneta do legislador é, essa sim, em si mesma, uma convicção de matriz totalitária. A ideia de que o Estado pode criar a realidade através do poder da lei é um delírio perigoso, que nos coloca no cimo da rampa de todas as derivas totalitárias. O Direito é fonte de justiça quando limitado pela Humanidade ou subordinado ao Direito Natural, mas fonte de abusos e violências quando se arvora ilimitada omnipotência. As maiores violências começaram sempre, aliás, na própria lei e seu abuso: a pena de morte, a prisão perpétua, a escravatura, tortura, perseguição, expulsões arbitrárias. As leis de Direito Privado são leis matricialmente narrativas: não conformam a natureza, conformam-se a ela. Não foi sequer um legis

Co-adopção homossexual? «Isto não faz sentido. Salta aos olhos.»

José Ribeiro e Castro RR 2013-07-23 Adoptar não é cuidar de alguém. Há tanta gente que cuida de outrem, e bem, e com amor e com afecto, e não é pai, nem mãe. Ser adoptado não é só ser amado, e educado, e criado; é ficar filho de . Adoptar é tornar-se pai ou mãe. É genealogia. É ascendência e descendência. É todo o resto da família, materna e paterna. Para sempre. Como na realidade da vida. Adoptar é suprir a falha da família natural, atribuindo família jurídica (adoptiva) à imagem e semelhança da família natural. Criança que não tem pai e mãe aspira a um e a outra. Pode não os ter porque nunca soube, ou porque foi abandonada, ou por ser tão maltratada que lhes é retirada.  Pode ter-se só pai – e não ter mãe. Como pode ter-se só mãe – e não ter pai. De alguma forma se aspira a preencher a falta ou se preenche a ausência com a memória ou a imagem. Não é um vazio. Não há vazio. Todos somos filhos de pai e mãe. Somos filhos da dualidade feminino/masculino. Apagar essa dualidade é a

A democracia assenta em chão firme

José Maria C. S. André 22/07/2013 Cada vez que este jornal publica, com uma certa regularidade, os artigos de Laura Ferreira dos Santos a favor da eutanásia, fico perplexo. Muito havia a dizer, mas vou debater apenas o argumento da liberdade e da tolerância em abono da eutanásia (por exemplo, no artigo de 6 de Agosto de 2011). Quando se diz que uma sociedade tolerante deve proporcionar o homicídio assistido a quem o pedir, invertem-se os dados da questão, porque isso não é um pedido de tolerância mas de colaboração: os defensores da eutanásia pretendem obrigar-nos a satisfazer o desejo de quem quer ser morto. Seria mais razoável que, em nome da tolerância, nos deixassem em paz. Nos artigos referidos há uma objecção interessante, que aceito, à parte um pequeno sofisma: defender a inviolabilidade da vida humana equivale a impor uma determinada perspectiva sobre a verdade, excluindo outras. De facto, quando a sociedade toma posição em defesa da dignidade humana assume como verdad

Um olhar tranquilo

João Carlos Espada Público, 22/07/2013 Foi realmente em Varsóvia, como sugere o nome destas crónicas, que passei a última semana, na qual decorreram as negociações entre PSD, PS e CDS. Ainda por cima, embora escreva este artigo já em Lisboa, faço-o antes da intervenção que o Presidente da República anunciou para a noite de domingo. O possível leitor deste artigo deve por isso saber de antemão que não encontrará aqui um excitante comentário de última hora. Mas talvez a última hora nem sempre tenha uma palavra tranquila. E uma certa tranquilidade é seguramente necessária ao prazer da vida democrática. A tranquilidade de poder usufruir de modos de vida livres e variados, não centralmente comandados nem centralmente desenhados, é talvez o argumento mais poderoso a favor das democracias políticas e da economias de mercado. Tentando apreciar tranquilamente as negociações interpartidárias da semana passada, creio que foi uma experiência muito positiva. Revelou acentuado sentido de respo

Sete anos

DN2013-07-22 JOÃO CÉSAR DAS NEVES Quem se lembra do Verão de 2006? Portugal foi quarto no campeonato do mundo de futebol; a economia crescia 1,4%, o desemprego era 7,4%. Nasciam mais pessoas do que morriam e os casamentos eram o dobro dos divórcios. Só há sete anos. Como tudo mudou tanto! Dois factos dominaram este período. O mais visível é económico-financeiro: o país, então já atascado em dívida, caiu de bêbado em 2011 e debate-se na terrível ressaca. A coberto desta veio a segunda evolução, mais decisiva: um devastador assalto à cultura e sociedade portuguesas em nome da liberdade sexual, com extremistas capturando e distorcendo elementos centrais da alma lusitana. A bebedeira financeira cura-se em menos de sete anos, mas a investida lasciva será pavorosa por décadas. Foi no Verão de 2006 que começou a demolição das leis básicas da identidade nacional que trouxeram Portugal de uma posição mundial equilibrada ao extremo desmiolado na regulamentação familiar. A primeira foi a Lei

SALOMÃO, PRECISA-SE!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Público 2013-07-21 Uma falsa solução para um problema que não existe A co-adopção, mais do que uma questão psicológica ou antropológica, é ética e jurídica. A psicologia e a antropologia são ciências descritivas, que observam as tendências sociais dominantes, mas a ética e o direito são saberes normativos, ou seja, estabelecem os valores e princípios por que se deve reger a vida social. O que agora está em causa é o reconhecimento social e jurídico de uma filiação não-natural que, de algum modo, viria a consagrar as uniões de pessoas do mesmo sexo ao nível das dos casais naturais. Em termos estritamente conjugais, essa equiparação já existe na lei, desde que se permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas não no que respeita à filiação, porque o parceiro do progenitor não pode co-adoptar, nem duas pessoas do mesmo sexo podem ser adoptantes. Paradoxalmente, os defensores desta reforma legislativa afirmam, por um lado, a necessidade da

“UM DE NÓS” – Um grande Movimento Europeu pela Vida e pela Família

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Isilda Pegado Voz da Verdade, 21.07.2013 Por toda a Europa está a correr a Iniciativa Europeia de Cidadãos – "UM DE NÓS" . Em Portugal está a ser assinada no site www.umdenos.org, nas Paróquias e junto de grupos de cidadãos. Pretende-se que a União Europeia em todos os programas, acordos, iniciativas e financiamentos respeite a Vida Humana desde a concepção até à morte natural. Por isso, é a vida de cada um de nós que está em causa. Porque se deseja uma Europa mais humana, mais próspera e mais capaz de vencer esta crise em que está mergulhada.   No passado mês de Junho em Roma no âmbito do Ano de Fé , o Papa convocou os Movimentos pela Vida para as "Jornadas do Evangelho da Vida" . Onde estivemos presente. Como foi dito, a Fé implica sempre o reconhecimento da vida. Jesus disse: "Eu vim para que tenhais Vida, e a tenham em abundância". Por isso, para além das catequeses feitas em vários pontos da cidade de Roma, e dos gestos de oração, foi a mi

O SURF DE DEUS

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Voz da Verdade, 2013-07-21Experiência de contemplação e de testemunho da fé cristã Não sei se o facto do meu ministério pastoral me obrigar a percorrer, com frequência, a estrada entre o Dafundo e o Estoril, à beira-mar, faz de mim um padre na linha … ou, pelo contrário, um marginal! Mas, a verdade é que não me canso daquele trajecto que, apesar de conhecido como a palma da mão, é sempre de uma surpreendente beleza. Mais do que as pequenas fortalezas costeiras, a contrastar com a imponência do Forte de São Julião da Barra, ou o Bugio, ou ainda os cruzeiros que, de manhã cedo, entram pelo rio e, ao crepúsculo, desaparecem no horizonte, entusiasma-me o espectáculo dos surfistas que, durante todo o ano, se podem ver nalgumas praias. Ao volante e sempre apressado, quase nunca tenho o tempo que desejaria para uma observação mais prolongada, excepto quando o trânsito está mais lento ou o semáforo me concede alguns segundos de distracção. É então que conte

A melhor parte

«Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» Lc 10, 41-42

Não deixem que vos roubem a esperança

Graça Franco RR on-line 21-07-2013 Esta semana, no Rio, vive-se uma ocasião única para milhões de jovens tornarem bem viva a Luz da fé mostrando como ela é capaz de enformar a leitura das realidades do mundo contemporâneo. Não deixem que vos roubem a esperança! O grito, lançado aos jovens, por Francisco, antes e depois de se tornar Papa, e que praticamente encerra a sua primeira encíclica, voltará  esta semana a ser recordado aos milhões de rapazes e raparigas de todo o mundo que, já a partir de amanhã, no Rio de Janeiro, irão juntar-se ao novo bispo de Roma e levar a cabo essa gigantesca celebração da fé em que se foram tornando, ao longo das últimas décadas, as Jornadas Mundiais da Juventude. Vale a pena seguir de perto este acontecimento. A primeira grande viagem catequética de um pontificado que, sendo ainda tão curto, é já dos mais ricos na sua simbologia. Quem consegue imaginar a força transformadora de milhões de jovens não apenas dispostos a ouvir mas decididos a pô