Com alambique antropológico, homem perde a sua humanidade, adverte Francisco


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2014-07-13 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Encerrou-se neste sábado (12/07), na Casina Pio IV, no Vaticano, o Seminário internacional sobre a proposta do Papa Francisco "por uma economia sempre mais inclusiva", contida na sua Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium.
O encontro, de dois dias de duração, foi promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, em colaboração com a Secretaria de Estado. Participaram cerca de setenta expoentes de instituições internacionais, universidades e representantes de grandes empresas e da sociedade civil. 
No sábado, o Papa Francisco almoçou com os participantes, aos quais agradeceu pelo trabalho de reflexão que estão realizando. "Isso é importante: refletir sem medo e com inteligência".
Para o Pontífice, o momento atual se caracteriza por um forte reducionismo antropológico. "Está acontecendo com o homem o que acontece com o vinho quando se torna aguardente: passa por um alambique organizativo. Não é mais vinho, é outra coisa: mais útil talvez, mais qualificada, mas não é vinho! Com o homem é igual: o homem passa por este alambique e acaba por perder a humanidade e se torna um instrumento do sistema, do sistema social, econômico, do sistema onde os desequilíbrios dominam". 
Quando o homem perde a sua humanidade, acrescentou o Pontífice, se verifica a cultura do descartável.
"Quando o homem não está no centro, há outra coisa, e o homem está a serviço desta outra coisa." A ideia então é que ele volte ao centro: no centro da sociedade, dos pensamentos e da reflexão. 
Os estudos, as reflexões e os congressos servem para isso, disse ainda Francisco, para que o homem não seja descartado. E citou alguns descartes sociais, como os das crianças, considerando o baixo índice de natalidade na Europa, o descarte dos idosos e de uma inteira geração juvenil. "São os jovens 'nem nem': nem estudam nem trabalho. Qual será o próximo descarte?", questionou o Pontífice, pedindo que se reverta esta situação enquanto há tempo.
O Papa concluiu agradecendo novamente pelo trabalho dos especialistas de recolocar o homem no centro da reflexão e da vida: "É o rei do universo! E isso não é teologia nem filosofia: é realidade humana".

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