Abandono de idosos é "eutanásia disfarçada"

DN 2014.09.28
O abandono de pessoas idosas é uma "eutanásia disfarçada", afirmou o Papa Francisco na homília de hoje, dedicada ao dia do idoso. nNa Praça de São Pedro, no Vaticano, reuniram-se cerca de 40 mil pessoas.
A cerimónia que contou com a presença de Bento XVI, o Papa emérito, com 87 anos, que fez aqui a sua primeira aparição pública desde a canonização de João Paulo II em abril. Francisco saudou-o, dizendo como gosta de o ver no Vaticano: "É como ter um avô sábio em casa". Apesar de todas as dificuldades relacionadas com o envelhecimento, os idososo podem ser como "as árvores que continuam a dar frutos", insistiu o Papa.
Por isso, aqueles que não têm família devem ser acolhidos em lares, que não devem ser "prisões" mas antes verdadeiras casas, "pulmões de humanidade" numa cidade, num bairro ou numa paróquia. "Devem ser santuários de humanidade onde quem é velho e débil é cuidado como um irmão mais velho."
"Os anciãos não podem viver esquecidos e escondidos", acrescentou Francisco. "Um povo que não trata bem os seus velhos é um povo sem futuro (...) porque perde a memória", disse o Papa. "Quantas vezes votamos as pessoas idoas a um abandono que não é mais do que uma eutanásia disfarçada. Este é o efeito da cultura de desperdício que tantos mal tem feito ao nosso mundo."
Durante a cerimónia, que foi amenizada por cantores como o tenor Andrea Bocello, Massimo Ranieri e Claudio Baglioni, tomaram a palavra várias famílias que relataram o seu testemunho.
Entre estas encontrava-se um casal de idosos cristãos oriundos de Erbil, no Curdistão iraquiano, ambos de 70 anos e pais de dez filhos, que tiveram que fugir daquela região em agosto, por causa da perseguição dos extremistas do Estado Islâmico. Referindo-se a este casal, o pontífice assegurou que "a violência contra os idosos, tal como contra as crianças, é algo desumano".
"A velhice é um tempo de graça, na qual o Senhor nos renova a sua chamada e nos diz que transmitamos a fé, e rezemos e intercedamos por quem tem necessidades", expressou. O Papa considera que os idosos são quem tem que "transmitir a experiencia da vida, a história da família, da comunidade, de um povo e partilhar sabedoria". "Que sorte as famílias que têm os avós perto. Os avós são pais duas vezes", acrescentou.

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