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A mostrar mensagens de março, 2015

De Jesus a Judas, de Maria aos ladrões. As figuras da Páscoa

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RR online 31-03-2015 11:39 por  Filipe d'Avillez Jesus é a figura principal da Páscoa, mas há muitos outros que desempenham papéis importantes. Jesus  Jesus Cristo é mais do que uma mera figura da história da Páscoa, mais até do que a sua figura principal: Jesus é a Páscoa.  Tal como os judeus celebravam naquela data a abertura do Mar Vermelho que lhes permitiu escapar por entre as águas ao exército do faraó, Jesus, pela sua morte e ressurreição, permite à humanidade escapar ao domínio da morte, restaurando definitivamente a relação com Deus. "Cristo carrega a cruz". Quadro de Eustache Le Sueur Também a ressurreição não é apenas mais um detalhe da vida de Cristo. Sem ela, como diz São Paulo, toda a fé é vã e a vida de Jesus resume-se a mais uma história de um autoproclamado messias falhado, como tantos outros de tantas épocas da história.  Não existem provas históricas do evento, como não existem de que não tenha acontecido. Aos cristãos basta a fé nos Ev

Padre que reabilita toxicodependentes diz que "homem é mais do que uma ficha médica"

RRonline 31-03-2015 20:59 por Aura Miguel  "Homem é mais do que uma ficha médica" A Associação Vale de Acór dedica-se há 21 anos a recuperar toxicodependentes. Em todos eles, pobres ou ricos, há uma coisa em comum: "querem fugir à dor e ao sofrimento", diz o fundador da associação, Pedro Quintela. É um padre com uma vasta experiência de acompanhamento de casos difíceis, de gente esmagada pelo consumo de drogas e outras atribulações da vida. Pedro Quintela fundou há 21 anos a Associação Vale de Ácor, em Almada. Diz que o ambiente de uma comunidade é regenerativo: "O homem ultrapassa muito o que diz o boletim clínico do próprio homem."  A Associação Vale de Acór é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos, que trabalha desde 1994 no âmbito da recuperação de dependentes.  "Todos temos dentro de nós uma capacidade regeneradora", diz o padre da diocese de Setúbal em entrevista ao programa "Terça à Noit

Forever youg

Afonso Reis Cabral | Observador 31/3/2015 Não há dia sem que o discurso dos eternos jovens nos perturbe. Os 30 são os novos 20, os 40 os novos 30, os 50 os novos 40. Só a minha avó não tem o privilégio de os 100 serem os novos 90. Embora façam parte do ofício, desconfio dos adjectivos. Demasiadas vezes fogem à essência das coisas. São excesso em relação ao que é puro. Em especial quando os desbaratamos, cravados nas palavras ao acaso. Têm o efeito de parecerem belos, pouco mais. Crescem na maneira comum de falar, de expor as coisas, e a certa altura deixamos de nos entender. Os que mais me incomodam são aqueles que vêm às costas da idade. Jovem. Tomemos como exemplo 25 anos. Os 25 anos que hoje faço. Caminho para fora de jovem, e é normal e bom que isso aconteça. Aliás, é inevitável. Mas em 25 anos nasce e morre um burro; fazem-se filhos e livros, mais livros do que filhos; ao ritmo de passeio daríamos pelo menos uma volta ao mundo, isto se não parássemos num sítio bonito; e a o

Maternidade

Ana Kotowicz ionline 31 Mar 2015 A história de Rachel Reeves passou despercebida em Portugal. Se nas eleições de 7 de Maio os Trabalhistas formarem governo, é muito provável que Rachel, 36 anos, se torne ministra. Poucos dias depois irá de licença de maternidade. O nascimento está previsto para Junho  e Rachel admitiu que se lhe for oferecido um cargo no governo aceitará. Com o mesmo à-vontade, garantiu que irá gozar a licença. Os Conservadores entraram em polvorosa – Cameron distanciou-se  e diz não ver problema algum em ter uma grávida no governo – e Rachel foi apelidada de tudo. “Mulher estúpida” foi um dos mimos, quando foi posta em causa a sua capacidade de ser ministra e mãe ao mesmo tempo. As mulheres não são todas iguais, mas as decisões que tomam sobre carreira e maternidade servem sempre para serem julgadas. As que juntam o maior número de dias possível para tratar dos filhos são mães-galinhas. As que voltam logo  ao trabalho são egoístas. Estamos em 2015. O que as

Terça-feira Santa

«Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».   Jo 13, 30 Comentário de Santo Ambrósio

«Em verdade te digo: não cantará o galo, antes de Me teres negado três vezes!»

Comentário de Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja  Tratado sobre São Lucas 10, 49-52, 87-89 Irmãos convertamo-nos: tomemos cuidado para que não ocorram entre nós disputas de precedência para nossa perdição. É verdade que os apóstolos discutiam entre si (cf Lc 22,24), mas isso não é desculpa para nós: é um convite a tomarmos cuidado. É certo que Pedro se converteu no dia em que respondeu ao chamamento do Mestre, mas quem pode afirmar que a sua própria conversão foi repentina?  … O Senhor dá-nos exemplo. Nós tínhamos necessidade de tudo; Ele não precisa de ninguém e, no entanto, apresenta-Se como mestre de humildade, servindo os seus discípulos.  … Pedro, rápido de espírito, mas ainda frágil nas disposições do corpo (cf Mt 26,41), foi prevenido de que iria negar o Senhor. A Paixão do Senhor encontra imitadores, mas não iguais. Assim, não censuro Pedro por ter negado o Senhor; felicito-o por ter chorado. Uma coisa vem da nossa condição humana, a outra é

Novo alento

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Anteontem, na sessão de encerramento do Meeting Lisboa conheci o Miguel Araújo, fundador dos Azeitonas. Despertou-me a atenção o facto de procurar nas suas letras cantar a normalidade, o português médio, o José Faria dos Santos. Porém, o que o intrigava era como é que no meio desta banalidade geral todos encontravam como  que por feitiço, sempre um novo alento .  Ontem, ao ler o  artigo do José Manuel Fernandes no Observador  dei-me conta que, na sessão de sábado da manhã em que tinha participado, lhe tinham perguntado "se sabia explicar o contraste entre o país… onde muita gente andava a tentar dar a volta à vida e muitas empresas estavam a reinventar-se para voltarem a crescer, e o país … todos os dias retratado na generalidade da comunicação social, um país sempre a anunciar a catástrofe iminente ou a lamentar mais uma desgraça". O debate que daqui resultou, diz José Manuel Fernandes, "alterou o estado de espírito algo sombrio com que entrara naquela enorme tenda j

E se Jesus não houvesse ressuscitado?

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PAULO RANGEL Público 31/03/2015 De toda a iconografia cristã, a Pietà é a representação simbólica que mais me diz, que mais me marca. Por muito que isso pareça herético ou blasfemo, interroga-me e interpela-me mais profunda e intimamente do que a cruz. Talvez porque a cruz se vulgarizou e banalizou e a sua omnipresença, em todos os formatos possíveis, não é de molde a suscitar – pelo menos, nos exemplares mais convencionais e repetidos – surpresa, espanto ou admiração. Quando digo Pietà, digo toda e qualquer Pietà, por princípio. Na cabeça de muitos, estará seguramente – e como poderia não estar…? –, a escultura vaticana de Miguel Ângelo. E, no entanto, afloram-me ao espírito e ao coração duas outras incarnações da Pietà. Uma, assaz conhecida, que há muitos anos encontrei no Museu Van Gogh de Amesterdão. E que, desde então, nunca mais deixou de me obcecar: a Pietà segundo Delacroix, de Vincent Van Gogh. A espaços, decerto em momentos mais introspectivos ou mais intimistas, defr

Voz da Polónia recorda em Lisboa valores euro-atlânticos

JOÃO CARLOS ESPADA Público | 30/03/2015 Sikorsky reafirmou as suas convicções europeístas e atlantistas.
 Passou injustamente despercebida entre nós a visita do Presidente do Parlamento polaco a Portugal, na semana passada. Na Europa central e de Leste, bem como no Reino Unido ou na Alemanha, Radek Sikorsky é uma figura reconhecida pelo grande público, frequentemente ouvido pelos jornais de referência. Entre nós, acaba de receber um doutoramento Honoris Causa pela Universidade Nova de Lisboa. Foi uma oportuna ocasião para reafirmar os valores europeístas e atlantistas que há muito distinguem Sikorsky e a sua Polónia natal. Isso mesmo foi sublinhado por Nuno Severiano Teixeira, Vice-reitor da Nova, na sua apresentação do laureado. Sikorsky destacou-se como líder estudantil nos anos de 1980-81, quando o movimento Solidarnosc abalou a ditadura comunista na Polónia. A declaração da Lei Marcial por Jaruzelsky, em 1981, levou-o ao exílio no Reino Unido, onde se licenciou na Universidade

Não há horas novas

MIGUEL ESTEVES CARDOSO Público | 30/03/2015 Ir atrás do tempo é uma das poucas liberdades que nos restam. A sério: esta hora que nos tiraram contribuiu para a alegria de alguém? Existe ainda algum agricultor que se esteja disposto a afirmar publicamente que ganhou com a troca meramente superficial das horas? Haverá uma única planta no mundo que olha para o relógio para crescer ou deixar-se ficar? Haverá um único agricultor que trabalhe e funcione segundo a hora oficial? Não acredito. Quem dá e tira vai para o inferno. O nosso planeta está preso numa viagem permanente e previsível que nos dá as estações dos anos, os meses, as semanas e as horas. O artifício estúpido de "dar" ou "tirar" uma hora é a manobra mais escusada e estúpida desde que o tempo começou. Envolve-se numa contabilidade imaginária, mas não menos parôla ou palerma por causa disso, segundo a qual, uma semana depois de ter chegado a Primavera, podemos acordar mais cedo. Na verdade física e clima

A conspiração do Governo para aumentar a pobreza

Alexandre Homem Cristo OBSERVADOR 30/3/2015 Deixámos de distinguir o argumento sério da teoria da conspiração. Está assim o debate público. A economia cresce e o desemprego baixa, mas só uma coisa anima as hostes: Passos quer aumentar a pobreza Lê-se e ouve-se que Passos Coelho tem como desígnio ideológico aumentar a pobreza e abalar os alicerces do Estado Social. Que, no Governo, se conspira para elevar ao máximo o estrago social de cada medida política sobre os portugueses. Que aquilo que tantos ingénuos qualificam de erro ou incompetência é, na realidade, a mais maligna das mestrias: o objectivo não é andar para a frente, mas voltar para trás. Por isso, o arranque do ano escolar não correu mal – foi sabotado por Nuno Crato para fragilizar a escola pública e elitizar o ensino. Por isso, o caos na plataforma Citius não foi um acidente – foi planeado por Teixeira da Cruz para enfraquecer o sistema judicial. E, por isso, o caos nas urgências durante o pico da gripe não se deveu a

Romaria das Festas de Santa Eufémia

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Em dia de romaria Desfila o meu vilarejo Ainda o galo canta o dia  Já vai na rua o cortejo O meu pai já está de saída Vai juntar-se aquele povo  Tem velhas contas com a vida A saldar com vinho novo Por mais duro o serviço Que a terra peça da gente Eu não sei por que feitiço Temos sempre novo alento A minha mãe, acompanhada De promessas por pagar Vai voltar de alma lavada  E joelhos a sangrar A minha irmã quis ir sozinha Saiu mais cedo de casa Vai voltar de manhãzinha Com o coração em brasa Por mais duro o serviço Que a terra peça da gente Eu não sei por que feitiço Temos sempre novo alento A noite desce o seu pano No alto deste valado O sagrado e o profano Vão dançando lado a lado Não sou de grandes folias Não encontrei alma gémea Há-de haver mais romarias Das festas de Santa de Eufémia