Esposa de Beltrame: «É o gesto de um polícia e de um cristão»


FAMÍLIA CRISTà   28-03-2018

Arnaud Beltrame, polícia francês e católico, ofereceu-se para trocar de lugar com um dos reféns durante o ataque jiadista da semana passada, em Trébes. Acabou morto com um tiro na cabeça. Dois dias depois da sua morte, a esposa telefonou para a revista francesa La Vie e deu o seu testemunho. 


Marielle diz que «Arnaud estava profundamente ligado àquela que ele chamavava “família polícia”». E era um líder exemplar. «Ele sabia unir os seus homens, inspirar-lhes entusiasmo, levá-los a dar o melhor deles mesmos. Ele estava animado por valores morais elevados, os valores do serviço, de generosidade, de dom de si, de abnegação. Ele tinha uma força de vontade fora do comum, sempre capaz de se levantar depois das quedas», afirma. Para Arnaud ser polícia era algo «intrínseco» a si mesmo e significava «proteger».

Mas a esposa pede que não se desligue o seu ato, considerado heroico, da sua fé. «É o gesto de um polícia e o gesto de um cristão. Para ele as duas coisas estão ligadas, não podemos separar uma da outra. Arnaud voltou à fé de uma forma intensa aos trinta.» Há testemunhos de padres que acompanharam a sua conversão em 2008. Depois disso, pediu Marielle em casamento. Viviam juntos e preparavam-se para o matrimónio. «Ele era um marido muito atento, como todas as esposas sonham ter. Queria sempre melhorar, ser o melhor esposo possível e fazer-me feliz. Ele apoiava-me e me levava-me ao Alto, sempre com muito respeito. Formamos um casal cristão. Preparámo-nos longamente para o casamento religioso graças ao sólido acompanhamento dos monges de Lagrasse», contou pelo telefone ao diretor da revista La Vie

Marielle fala com fé e esperança da morte do marido. Tem os olhos postos na Ressurreição. «As exéquias do meu marido terão lugar em plena Semana Santa, depois da sua morte na sexta-feira, mesmo junto ao Domingo de Ramos, o que não é coincidência a meus olhos. É com muita esperança que espero festejar a ressurreição de Páscoa com ele.»

Em França, e por todo o mundo, têm sido muitas as mensagens e homenagens a Arnaud Beltrame. O Papa Francisco enviou um telegrama exprimindo a sua «tristeza» e confiando «à misericórdia de Deus as pessoas que perderam a sua vida, associando-me à oraçãona dor dos seus parentes». De forma especial, acolheu «o ato genroso e heroico do tenente coronel Arnaud Beltrame que deu a sua vida para proteger as pessoas». 

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